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  13:58

Facções dominam, impõem cobrança a comerciantes e formam um "estado paralelo" ignorado pelas autoridades

 Comerciante executado por não pagar o valor pedido pela facção

A expansão das facções criminosas do Sul para o Nordeste, o surgimento de outros com raiz na própria região, mostram um novo Brasil Paralelo, onde o Estado está sendo totalmente ignorado pelo crime organizado.

No estado do Ceará já não se limita à capital. Elas controlam territórios também em cidades do interior, impõem regras próprias, cobram taxas de comerciantes e prestadores de serviços e consolidam o que pode-se chamar de estado paralelo”, sendo que as autoridades politicas e judiciais fecham os olhos para a nova “soberania nacional”.

O caso mais recente de que quem manda são eles, foi de Alexandre Roger Lopes, comerciante de 23 anos, assassinado em Itapajé, a 125 quilômetros de Fortaleza. Ele pagava mensalmente R$ 400 ao Comando Vermelho para manter seu espetinho funcionando, mas foi executado depois que a facção elevou a cobrança para R$ 1 mil e ele não conseguiu arcar com o reajuste. Dois dias após transferir apenas R$ 400, Alexandre foi baleado enquanto trabalhava. O executor, Lucas Mateus dos Santos, confessou o crime e está preso.

O episódio escancara a prática sistemática de extorsões a comerciantes no interior e na capital, onde, segundo o jornal Diário Do Nordeste, são obrigados a pagar “pedágios” para continuar funcionando. Quem se nega fecha as portas ou abandona a cidade. Até mesmo atividades turísticas, como a venda de água de coco na Avenida Beira-Mar, em Fortaleza, já são controladas por facções.

Esse domínio territorial e econômico revela um quadro grave ao Estado brasileiro, onde o crime organizado das facções passaram a atuar como uma instância de poder paralela, impondo leis próprias e substituindo o Estado em várias regiões. A ameaça vai além da segurança pública, colocando em xeque o próprio Estado democrático de direito, ignorado pelo governo e pela justiça brasileira.

Os Estados Unidos já tentaram classificar as facções brasileiras, como o Comando Vermelho e o PCC, como grupos terroristas, justamente pelo impacto que exercem dentro e fora do país. O governo brasileiro, do presidente Lula, entretanto, não aceitou a medida. Essa recusa impede que crimes desse tipo sejam tratados com a gravidade de uma ameaça terrorista à soberania nacional. É melhor classificar como ameaça, julgar, condenar e prender, que pinta estatua de batom durante um pretexto de inconformismo eleitoral. A baderna.

Enquanto isso, comerciantes, trabalhadores e comunidades inteiras seguem reféns de organizações criminosas que ditam regras no Ceará e em outros estados. A ausência de uma resposta firme do poder público apenas reforça a sensação de que o país convive com dois Estados: o oficial, enfraquecido, e o paralelo, cada vez mais fortalecido pelas facções.

O exemplo citado neste texto é um assassinato bárbaro e frio no Ceará, mas no Piauí, na :Bahia, no Rio Grande do Nordeste, em todo o Nordeste e Norte do Brasil, as facções do :Rio de Janeiro e São Paulo acharam que por aqui [pelo Nordeste] é muito mais tranquilo viver na clandestinidade, luxar e ter mordomias bancado pelo crime, sem ninguém incomodar.

SOBRE O CRIME DO COMERCIANTE

Alexandre foi morto dois dias depois de enviar aos criminosos apenas R$ 400, sem o reajuste para 1 mil reais. o comerciante tinha 23 anos e atuava como motorista particular levando passageiros e encomendas entre Itapajé, onde morava, até Fortaleza, a cerca de 125 quilômetros. Neste ano, ele abriu um espetinho que funcionava na calçada de uma casa do bairro Santa Rita.

Ele foi baleado no domingo, dia 17 de agosto. Alexandre estava trabalhando quando o atirador, identificado como Lucas Mateus dos Santos (foto abaixo), chegou ao local por volta das 22h. O suspeito disse que tinha uma ligação para Alexandre e, quando a vítima pegou o celular e se virou para atender, foi baleada.

Alexandre foi atingido com dois tiros e foi socorrido por um funcionário do espetinho. Primeiro ele foi levado para o hospital municipal e depois transferido para o hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, onde faleceu na terça-feira (19).

O atirador, Lucas Mateus dos Santos, foi reconhecido como executor por testemunhas e também foi flagrado por imagens de câmeras de segurança deixando o local do crime. A Polícia Civil o prendeu na sexta-feira (22) e ele confessou ter matado Alexandre.

Os investigadores também apontam que a facção tem promovido uma onda de extorsões no município, com muitos comerciantes fechando seus negócios e alguns até deixando a cidade. O cenário teria se agravado nos últimos três meses, após a justiça soltar de um chefe local do grupo criminoso.

Fonte: G1

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