
Um diálogo entre dois campomaiorenses presos na Operação Infiltrados, na terça (9), revelam que o grupo suspeito de fraudar concursos públicos chegavam ameaçar de morte os aprovados através do esquema criminoso. Até mesmo familiares de aprovados recebiam intimidação por parte dos envolvidos.
Prints de conversas no aplicativo whatsapp divulgados pela polícia mostram o agente civil André Luis de Carvalho (campomaiorense lotado em Pedro II) em comunicação com o estudante de medicina Sávio de Castro Leite (campomairense que realizava as provas). Eles tratam sobre provas de novos concursos, resultado de concursos e cobranças aos aprovados que demoravam pagar os valores acertados.
Num dos prints, André Luís comenta que ajudará Sávio numa das cobranças que eles consideram difícil da pessoa aprovar pagar.
ANDRÉ – Vou lhe ajudar na cobrança
SÁVIO – Mas é pra dar pressão mesmo
ANDRÉ – Se não me pagasse ia dar morte. Diz que te ameacei. Cara, não era pra ter aceitado não. Alí é picareta, bandida.
Foto: Tv Cidade Verde
Na sequencia, André e Sávio falam da cobrança feita a mãe da pessoa aprovada e que estaria se recusando a repassar ao grupo o dinheiro combinado.
SÁVIO – Foi a velha. Ela vai pagar. Te acalma. Porque se ele não cumprir vai ser uma confusão. Ela tem medo de ti.
ANDRÉ – É pra ter medo mesmo. Kkkkkk
Em outro print, os dois campomaiorenses se referem a novas ameaças.
SÁVIO – E a g?
ANDRÉ – Aquela ali paga. Falei até em morte caso não saia esse dinheiro.
Foto: Tv Cidade Verde
Kleydson Ferreira, delegado responsável pelo inquérito, afirma que o policial André Luis usava da função pública para amedrontar as pessoas beneficiadas com o esquema e que demoravam a pagar. A investigação apurou que o estudante campomaiorense Sávio Leite era um dos líderes da quadrilha.
Há suspeitas que o grupo atuou no concurso do Hospital Universitário e em vestibulares de medicina de universidades públicas e privadas.
A operação
A Operação Infiltrados foi desencadeada na última terça e prendeu 21 pessoas suspeitas de envolvimento com fraudes de concursos. Dois agentes que atuavam em Campo Maior foram presos: Priscila Almeida Lima e Jean Ribeiro da Costa; dois campomaiorense que atuavam em Pedro II e São Raimundo Nonato: Luis de Carvalho e Cyro Nascimento Fonseca. O campomaiorense Marcelo Freire, lotado em Castelo do Piauí, colaborou com a investigação e não chegou a ser preso.
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