A quantidade reduzida de efetivo policial para investigação de crimes tem causado preocupação no município de Boa Viagem, no Ceará, que atualmente conta com um delegado e dois policiais civis na ativa para atender os pouco mais de 52 mil habitantes.
O número pequeno de agentes foi divulgado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) nesta segunda-feira (17). O órgão recomendou que o Governo aumente o efetivo para atender a demanda da cidade. A medida, segundo a 2ª Promotoria de Justiça da comarca, decorre do aumento do número de homicídios e da atuação de organizações criminosas na região.
Oficialmente, conforme o Ministério Público, a cidade possui um delegado e quatro policiais civis. No entanto, dois destes agentes estão afastados das funções, o que reduziu ainda mais o quadro de policiais nas investigações.
Para o Ministério Público, o atual quadro de policiais civis é insuficiente para atender a demanda dos moradores.
“Há sobrecarga de trabalho, elevado número de inquéritos policiais pendentes, além de conflitos entre facções criminosas e consequente aumento da criminalidade local, o que exige uma resposta adequada”, destacou o Ministério Público na recomendação.
A carência de profissionais também pode comprometer procedimentos básicos, como registro de boletins de ocorrência, cumprimento de mandados e investigações mais complexas.
O Governo do Estado do Ceará tem até 20 dias para informar se cumprirá a recomendação do MP, sob pena de adoção de medidas administrativas e judiciais cabíveis.
Atuação de facções na cidade
Entre janeiro e outubro deste ano, Boa Viagem registrou 19 assassinatos, conforme dados da Secretaria da Segurança.
Embora não haja confirmação que todos esses homicídios estejam ligados a confronto de facções criminosas, não é difícil perceber a atuação desses grupos no município, através de pichações com intimidações aos moradores.

Na quarta-feira (12), o delegado titular da cidade, Gelson Luiz Almeida Pinto, saiu em campo com outros policiais para cobrir essas mensagens.
Em uma postagem na rede sociais, Gelson Luiz comentou sobre a ação da polícia.
"Pode parecer simbólico e de fato é. Mas quando policiais se unem e apagam pichações que tentam intimidar a população, há ali um gesto de coragem e de pertencimento. Cada pincelada sobre o muro é uma forma silenciosa de dizer que o medo não terá a última palavra, que a lei e a ordem ainda moram nas ruas que juramos proteger", diz um trecho da postagem do delegado.




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