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  09:15

O HOMEM DO OSSO

 Fotos: Sumauma

Lembro que quando eu era pequeno passava lá pela rua de casa, no Bairro Estação em Campo Maior, um homem vendendo ossada e eu chamava a mãe dizendo, “o homem do osso chegou”. O osso era para dá o sabor no feijão porque não tinha carne. Antes de ver essas imagens das crianças Yanomami eu pensava que tinha passado dificuldades, porque tinha dia que minha mãe não sabia o que ia fazer para a gente comer.

Mas aquilo não era permanente, minha mãe se virava do jeito que podia e garantia o alimento de casa, nem que fosse só o arroz com feijão. Já as crianças indígenas da tribo Yanomami, em Roraima, viveram uma situação de guerra. Guerra contra a fome. Guerra contra um governo de extrema direita, liderado por Bolsonaro que não garantiu sequer acesso a saúde, o único alimento que fornecia era arroz e o pior, não combateu o avanço desenfreado dos garimpos ilegais provocando contaminação nos rios de onde os indígenas bebem e pescam o alimento.

Quem tem filho que ver uma imagem dessa e não se revoltar é porque não tem Deus no coração. Não fique procurando justificativa para defender um governo que deixou acontecer uma tragédia humana desse tamanho. Imagens falam mais do que palavras e números.

Eu digo sempre: política mata. E tá aí um exemplo de como ela faz isso, quando quem tem o dever de proteger, se omite. Dados do Ministério da Saúde revelam que 570 crianças morreram durante o Governo Bolsonaro por doenças que seriam facilmente tratadas alem da desnutrição. Mas o número pode ser ainda maior porque há um apagão estatístico.

Bolsonaro seria o homem do osso de hoje. Alias, talvez bem pior, porque nem osso o Bolsonaro dava para as crianças Yanomami.

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