Entre no
nosso grupo!
WhatsApp
  RSS
  Whatsapp

  06:02

 Foto: Reprodução

O processo que apura a possível participação de um policial militar no estupro coletivo em Castelo do Piauí segue para o Ministério Público Estadual, mesmo após a decisão da Corregedoria da Polícia Militar do Piauí em não indiciar o oficial.  

 

Segundo o comandante da Polícia Militar do Piauí, coronel Carlos Augusto, o PM era investigado pela possível influência no caso e pelo crime de incitação à violência na cidade.


"Caso o MP entenda ter dito crime ou não, cabe a ele denunciar ou arquivar o caso. O inquérito foi criterioso, várias pessoas da população, familiares e os envolvidos nas prisões dos adolescentes foram ouvidas. Não encontramos nenhum indício de corrupção de menores e incitação à violência. Nada que comprovasse o envolvimento do policial no crime de Castelo foi confirmado", afirmou.Mesmo com a conclusão da Corregedoria, o promotor de Justiça Cesário Oliviera também segue com uma investigação paralela do caso.


De acordo com o comandante, o documento entregue pela Defensoria Pública constava a denúncia de que o policial seria dono de uma empresa de segurança e orientava jovens infratores a cometer furtos, arrombamentos e pequenos roubos para dessa forma conseguir novos contratos para fazer vigilância noturna.


O policial também é apontado como proprietário de uma rádio e um portal de notícias em Castelo do Piauí. Conforme o comandante, a Defensoria Pública alegou que o PM utilizava desses meios de comunicação para propagar a violência na região e que isto teria influenciado o estupro coletivo.A Defensoria Pública defende a tese que o adolescente Gleison Vieira da Silva, espancado até a morte no Centro Educacional Masculino, teria participado sozinho do estupro coletivo e que teria recebido R$ 2,5 mil do policial para acusar os outros três menores.


"A conclusão da Corregedoria da Polícia Militar é que não houve crime militar e de natureza comum. No dia da prisão do Gleison, a investigação constatou que o policial levou o menor para casa, com receio de que ele fosse linchado pelos populares e o procedimento foi considerado normal. O oficial também não é dono das empresas de comunicação e segurança", explicou o coronel Carlos Augusto.

 

Foto: Gil Oliveira/ G1 Piauí 


A investigação comprovou também, que a atuação do policial militar em Castelo do Piauí no dia do crime foi autorizada pelo comandante do quartel de Campo Maior. Ele e mais quatro policiais ajudaram nas prisões dos menores envolvidos.


O coronel informou que a conclusão da Corregedoria da PM será encaminhado para a Central de Inquéritos e depois para análise do Ministério Público Estadual. Para evitar novas especulações de envolvimento de policiais no crime de Castelo, o comandante Carlos Augusto fará a renovação de todo o efetivo da cidade.


"A medida de transferência do efetivo da cidade é para evitar novos problemas após os últimos acontecimentos. Já o policial investigado continuará lotado no Comando Geral, em Teresina", pontuou.


O G1 procurou o advogado Anderson Cleber Sousa, que faz a defesa do policial militar, para comentar o resultado do inquérito administrativo, mas o mesmo não foi encontrado.Investigação Ministério Público.

 

MP investiga 


Mesmo com o resultado da Corregedoria da Polícia Militar, o promotor de Justiça Cesário Cavalcante Oliveira informou não ter concluído a investigação do Ministério Público contra o policial. Ele revelou que apura somente o envolvimento do oficial no estupro coletivo.


"Estamos agora ouvindo outras pessoas citadas por terceiros e pretendo finalizar a investigação até final de novembro. Até o momento oito pessoas já prestaram depoimentos na Promotoria da Infância e Juventude de Campo Maior, entre elas o suspeito, quatro policiais que também participaram das apreensões dos menores, três moradores de Castelo e o delegado Laércio Evangelista", contou.


O promotor informou não ter visto o inquérito da Corregedoria da Polícia Militar e que este não deve influenciar na sua investigação. Depois de concluída, ele esclareceu pode denunciar ou não o policial à Justiça.

 

Fonte: G1/Piauí 

Por Otávio Neto

Mais de Cidades