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  16:11

Três dias após operação contra facção no RJ, facções matam bancária; alguém vai se indignar?

Três dias após a operação policial que resultou na morte de mais de uma centena de criminosos armados, e engrossou o falido debate político ideológico, onde esquerda pediu até o fim da polícia militar, defendendo claramente as facções, a cidade volta a viver o luto, e desta vez pela morte de uma inocente, branca, e não moradora de favela. Isso faz diferença?

A bancária Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, foi atingida por um tiro na cabeça enquanto seguia de carro por aplicativo pela Linha Amarela, na tarde desta sexta-feira (31). O disparo ocorreu durante um intenso confronto entre criminosos de facções rivais na região da Praia de Inhaúma, na Vila do Pinheiro, Zona Norte da cidade.

De acordo com a Polícia Militar, equipes foram acionadas após o início do tiroteio. No local, encontraram duas pessoas feridas dentro de um veículo e apreenderam um fuzil. Bárbara chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Geral de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos.

A vida interrompida de Bárbara

Bárbara era bancária, apaixonada por esportes, viagens e natureza. Nas redes sociais, compartilhava momentos leves da rotina e mensagens de carinho e afeto.
Horas antes de morrer, publicou uma reflexão sobre o valor das pessoas e a importância de cuidar de quem se ama:

“Por favor, cuide de quem te ama. Cuide de quem te escuta, de quem te espera, de quem te quer bem. (...) O que tem valor, quando vai embora, leva um pedaço da gente junto.”

A jovem havia viajado recentemente com o namorado e registrava nas redes lembranças de lugares como Machu Picchu, Nova York e Orlando. “A vida é mais leve ao seu lado”, escreveu em uma das legendas.

O silêncio que também mata

A morte de Bárbara não gerou comoção nas redes sociais ainda, nem nos políticos de esquerda, nem nos direitos humanos, nem nas ONGs, algumas delas mantida fielmente pelo dinheiro público. E levanta questionamentos: onde estão as mesmas vozes que ecoam em manifestações contra ações policiais nos dois morros cariocas? Agora irão se calar diante da violência das próprias facções?

A vida da bancária é inferior à vida dos faccionados mortos ao se confrotar e matar policiais? Ela agora será só dados de mais uma vítima que morreu pelas armas das facções sem empunhar armas. Essas milhares de pessoas, e não uma centena, não tive direito de escolher lados, e acabaram pagando o preço da guerra travada nas ruas que muitos, que ainda não foram vítimas, acham que a vítima é o faccionado.

A dor da família de Bárbara não será manchete política. Nenhuma ONG ou grupo militante aparecerá com cartazes ou discursos.

Mas é justamente esse silêncio que revela a seletividade da indignação e o quanto o Brasil segue refém da violência e da hipocrisia social que a cerca.

Um retrato da cidade partida

A Linha Amarela, símbolo do vai e vem da vida carioca, se transformou em cenário de mais uma história interrompida. Enquanto os debates ideológicos continuam, a realidade impõe novas vítimas, lembrando que o verdadeiro inimigo não é o discurso, é a violência que não escolhe cor, profissão ou bairro.

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