Após o ajuizamento de uma ação civil pública pelo Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), o presidente da Federação de Futebol do Piauí (FFP), Robert Brown Carcará, solicitou formalmente seu afastamento temporário do cargo, alegando motivos de saúde. A medida ocorre em meio a denúncias que apontam para um suposto colapso administrativo e fiscal dentro da entidade.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), amparada no artigo 142 de seu Estatuto, anunciou a nomeação de Hélio Cury Filho — atual presidente da Federação Paranaense de Futebol — como administrador provisório da FFP pelo período inicial de 90 dias. O interventor terá a responsabilidade de assegurar a continuidade administrativa e operacional da federação durante a transição.
Diante do cenário, a CBF justificou a adoção da medida cautelar como forma de garantir a normalidade da gestão da FFP, o funcionamento de suas atividades e o atendimento às demandas do futebol local. Com experiência na administração esportiva, Hélio Cury deverá desempenhar as funções ordinárias da presidência e manter a confederação informada sobre todas as ações adotadas no âmbito da federação.
Entenda o caso
O Ministério Público do Estado do Piauí ingressou com ação civil pública pedindo intervenção judicial na Federação de Futebol do Piauí (FFP) e o afastamento do presidente da entidade, Robert Brown Carcará. Na petição, ajuizada na última segunda-feira (1º), o promotor de Justiça José Reinaldo Leão Coelho afirmou que o futebol piauiense “se encontra sob risco iminente de colapso administrativo e fiscal devido à conduta de seus atuais gestores”.
A ação judicial, que também mira o Instituto de Futebol do Piauí (IFP) e seu presidente, Daniel Lima Araújo, é resultado de uma análise técnica e documental realizada no âmbito de um procedimento administrativo.
Foi anexado aos autos do processo um relatório de auditoria independente elaborado pela empresa Steiner & Steiner Auditores Associados, datado de 11 de novembro de 2025. Segundo o promotor José Reinaldo, o laudo técnico certificou, com base nos documentos contábeis, um estado de coisas que incompatibiliza a atual gestão com a continuidade da administração dos recursos públicos e privados do futebol piauiense.
O representante ministerial destacou cinco irregularidades identificadas: incongruência patrimonial; risco fiscal e divergências declaratórias; tentativa de indução a erro; simbiose operacional; e um “apagão” documental de R$ 4,4 milhões.




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