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 Família de Alice Brasil contesta conclusão de inquérito sem indiciamentos — Foto: Reprodução

"Às vésperas do Dia das Crianças, a minha filha morreu pela segunda vez", foi o que disse a fotógrafa Dayana Brasil, mãe da menina Alice Brasil, que morreu em 5 de agosto no CEV Colégio, na Zona Leste de Teresina, após a Polícia Civil concluir que a morte foi acidental, sem indícios de crime.

Nas redes sociais, a mãe da menina relatou não concordar com a conclusão do inquérito realizado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Segundo o delegado Hugo Alcântara, titular da delegacia, não houve indiciamento.

"Revivo a dor mais cruel que uma mãe pode sentir. A investigação acabou por sepultar minha filha, mais uma vez. Nenhuma mãe deveria ver a memória da filha ser apagada duas vezes: a primeira, pela tragédia que tirou sua vida; a segunda, pela sugestão de arquivamento do inquérito. Continuaremos lutando por Alice e por todas as crianças que merecem segurança, respeito e verdade", disse a fotógrafa.

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Piauí, que analisará as provas reunidas pela polícia e decidirá qual será o próximo passo.

O órgão pode concluir que a investigação ficou incompleta e devolver o inquérito à polícia para fazer novas diligências, ou decidir que não há elementos para acusar e pedir o arquivamento do caso.

"Negar a responsabilidade dos envolvido", diz advogada

A advogada da família, Arielly Pacífico, publicou vídeo nas redes sociais comentando o resultado do inquérito. "Entender que esse caso é um fato atípico é negar a responsabilidade dos envolvidos, é mais grave que isso, é negar à família da Alice Brasil o direito à Justiça", declarou.

Um dos pontos citados pela advogada é de que o procedimento apontou que havia uma única cuidadora na brinquedoteca cuidando de cinco crianças no momento do ocorrido. "A professora estava em outra sala cuidando de outras crianças que costumavam dormir naquele horário", disse.

Sobre as perícias do local e de imagens, a advogada afirmou que foi confirmado que o móvel que caiu sobre a menina, uma penteadeira, não estava fixado à parede. Além disso, conforme a advogada, a posição do móvel, que estava encostado em outro brinquedo, possibilitou a queda.

"Constatou-se também, segundo a perícia, que o ambiente não foi preservado, devido a alterações, como limpeza e reorganização, antes da chegada dos peritos", relatou.

Relembre o caso

Alice Brasil Sousa da Paz, de 4 anos, morreu em 5 de agosto no CEV Colégio, na Zona Leste de Teresina. Em uma sala de brinquedos, uma penteadeira de madeira caiu sobre ela após outra criança entrar embaixo do móvel que tombou.

Saiba mais: Penteadeira caiu sobre filha de campomaiorenses após colega brincar com móvel, diz delegado

A declaração de óbito indicou edema cerebral difuso, hematoma subdural agudo e traumatismo cranioencefálico como causas da morte.

O edema cerebral é uma condição caracterizada pelo acúmulo de líquido no cérebro que gera um aumento da pressão intracraniana. Traumatismo craniano, ou tramatismo cranioencefálico, é uma lesão causada por um impacto na região da cabeça. Hematoma subdural agudo, condição que indica um acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio.

Em nota, o Grupo CEV lamentou o acidente. O presidente do grupo, Rafael Lima, pediu perdão publicamente à família da criança.

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Fonte: G1

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