Sou patriota mesmo assumida. Otimista inveterada e gosto de ser assim. Prefiro acreditar que o meu país ainda tem jeito.  Acredito que ainda verei raiar o sol da liberdade em raios fúlgidos  sobre um povo bom, honesto, sensível, gentil. Que por sua vez mantenha acesa a fagulha vívida da esperança, do amor, da justiça, da fé, da ordem, que nos trará como conseqüência o tão falado progresso!

Sonho em ver este gigante adormecido em berço esplêndido, acordar do seu sono eterno, que ele possa ao som do mar e à luz do céu profundo, fazer brotar terras mais garridas, campos mais floridos, para que em seu solo tenhamos mais vida e mais amores sob um céu risonho e límpido.

Ainda sonho fazer parte de uma nação de um povo livre. Livre não só das pesadas correntes e grilhões infindos. Mas livre da pobreza extrema, da ignorância, do analfabetismo, das drogas, da enganação, das traições, dos preconceitos, da discriminação, e de pedantismos e orgulhos vãos!

Sonho uma pátria amada que abrigue um povo sério, solidário, sincero, amigo, trabalhador, um povo de heróis anônimos, de brados retumbantes, que consigam vencer todas as batalhas, especialmente a batalha contra si mesmo e seu comodismo, seu ceticismo, seu descaso pelo próximo e pelos mais necessitados. Um povo que valorize sua palavra, seu semelhante, seu próprio nome.

É esta pátria que vejo em meus sonhos, onde crianças sejam amadas antes mesmo de nascerem. Onde os idosos sejam respeitados e cuidados como merecem. Onde não haja violência de espécie alguma e todos sejam tratados de forma igual, do político ao eleitor. 

Onde o povo seja sábio e valorize o que realmente tem valor, onde o espírito seja mais importante que o corpo. Onde o ser seja mais valorizado que o ter.

Eu sou uma sonhadora, mas se eu não sonhar não verei acontecer. Se eu deixar de acreditar, perco a razão de viver. Se eu não lutar, não poderei vencer.