O caso dos quatro adolescentes encontrados em uma casa no Povoado Alto do Meio em Campo Maior, na última quarta-feira, dia (07/02), pode não ser apenas uma situação de exploração de trabalho infantil, mas sexual.

O gerente de polícia especializada, delegado Jetan Pinheiro, disse que uma adolescente, entre os quatro encontrados na casa, disse que a mulher fazia casamento entre os adolescentes e convencia os mesmos a manterem relação sexual entre si.

A mulher já foi ouvida pela polícia e negou todas as acusações e, segundo Jetan, a delegada de Campo Maior, Camilla Rodrigues, é quem vai investigar o caso, mas que ainda não há inquérito aberto e nem pedido de prisão da mulher.

O CASO

Segundo a polícia, pai de um dos adolescentes, Rogério dos Santos, 37 anos, que hoje mora em Marabá no Pará, denunciou o caso no Conselho Tutelar de Teresina e este se deslocou até Campo Maior. Com a ajuda do Conselho Tutelar de Campo Maior e da polícia militar, eles localizaram a casa no Povoado Alto do Meio, que é praticamente um Bairro da cidade. Lá, foram encontrados quatro adolescentes, dois deles irmão, com idades entre 12 e 17 anos. Segundo o Conselho Tutelar, eles eram obrigados a trabalhar fabricando e vendendo doces para conseguir dinheiro para a dona da casa, que seria a líder de uma seita religiosa.

Rogério dos Santos contou deltalhes de quando morou com a mulher em Teresina. Foto: José Marcelo/G1/Piauí

Rogério dos Santos disse ao G1/Piauí que ele e sua família chegaram a abandonar tudo no Pará, no início em janeiro de 2017, e morar com a mulher em Teresina. Depois de perceber que havia sido enganado com a promessa de ficar rico, voltaram à terra natal, mas um dos 7 filhos se recusou a voltar. Foi este que agora estava em Campo Maior.

“Ela disse que nossa cidade era de trevas e que no Piauí eu teria sucesso, seria rico, mas depois de um tempo eu percebi que não era bem isso”, disse o pai.

Ainda segundo o pai do garoto, pelo menos 15 adolescentes moravam com a mulher na época que ele e sua família estiveram com a mesma. A polícia diz que a mulher vive um relacionamento com um rapaz de 18 anos, mas que quando iniciou, ele ainda era menor de idade.

Além do filho de Rogério, que voltou ao Pará com o pai, um segundo garoto foi recolhido pela família, que mora em Teresina, e dois estão sob a guarda do Conselho Tutelar de Campo Maior.