Cinco trabalhadores foram resgatados de uma pedreira em Caldeirão Grande do Piauí, no Sudeste do estado, em situação semelhante à escravidão. Eles viviam em alojamentos precários, sem água potável, segurança ou higiene.
A operação foi realizada pela Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Emprego e Defensoria Pública da União. Também houve o resgate de um trabalhador em Juazeiro do Norte (CE), 14 nos municípios de Exu e Parnamirim (PE), além do adolescente de 15 anos encontrado nas atividades de corte de pedras em Exu (PE).
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores não tinham registro em carteira. Também faltavam equipamentos de proteção individual (EPIs) e normas básicas eram ignoradas.
“No local, as equipes encontraram condições de trabalho que violam a dignidade humana e os direitos fundamentais desses trabalhadores. O trabalho escravo contemporâneo ainda é uma realidade que precisamos enfrentar com rigor e de forma permanente”, destacou o coordenador regional de combate ao trabalho escravo do MP, Edno Moura.
De acordo com os auditores-fiscais do Trabalho do GEFM, ostrabalhadores viviam em barracos de lona e madeira erguidos sobre o chão batido, sem banheiros, chuveiros ou água potável. Dormiam em redes ou velhos colchões apoiados sobre tarimbas e seus pertences ficavam espalhados pelo chão ou pendurados em cordões. As refeições eram preparadas em fogões improvisados de pedra e consumidas no chão ou sobre pedaços de rocha. Em uma das pedreiras foram encontrados porcos circulando e se alimentando de restos de comida nas vasilhas utilizadas pelos trabalhadores.
A água para consumo era armazenada em tambores reaproveitados e contaminados por impurezas como insetos, folhas e terra. As necessidades fisiológicas eram feitas no mato, e o banho, tomado com baldes e canecas — evidenciando o grau extremo de degradação das condições de vida.
Nas frentes de corte de pedras constatou-se o uso de ferramentas rudimentares e explosivos artesanais feitos com pólvora negra, salitre e carvão, detonados por fios descascados ligados a baterias de automóvel — prática que representa grave risco de mutilação e morte. Nenhum dos trabalhadores possuía equipamentos de proteção individual, exames médicos ocupacionais ou vínculo formal de emprego.
Os resgatados terão direito a três parcelas do seguro-desemprego especial e o encaminhamento à rede municipal de assistência social.





Comentários (0)
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Comentar