Joel Barroso (PSB) foi eleito prefeito de Santa Quitéria neste domingo (26) após obter 53% dos votos válidos e vencer as concorrentes Cândida Figueiredo (União) e Lígia Protásio (PT). As eleições suplementares foram convocadas no município depois que o prefeito eleito em 2024, Braguinha (PSB), foi cassado pela Justiça Eleitoral. Joel é filho de Braguinha.
Joel foi considerado matematicamente eleito às 18h43, com 84,6% dos votos apurados. Já com 100% das urnas apuradas, Joel tinha 13.161 votos (53,21%), enquanto Lígia tinha 6.218votos (25,14%) e Cândida tinha 5.356 votos (21,65%). O prefeito eleito será diplomado no dia 10 de novembro.

Após a divulgação dos resultados, o prefeito eleito celebrou a vitória nas eleições suplementares realizadas neste domingo no município. "Meu muito obrigado ao povo de Santa Quitéria! A verdade venceu", publicou Joel nas redes sociais.
O prefeito eleito neste domingo, Joel Barroso, é o atual prefeito interino do município. Ele assumiu o cargo porque era o presidente da Câmara de Vereadores quando o pai, José Braga Barroso, o Braguinha, foi preso no dia 1º de janeiro de 2025, horas antes de tomar posse para seu segundo mandato.
Depois de preso, Braguinha foi cassado pela Justiça Eleitoral em julho por abuso de poder político e econômico, acusado de ter recebido apoio da facção Comando Vermelho (CV), que ameaçou apoiadores da oposição, ofereceu drogas em troca de votos durante a campanha e intimidou eleitores.
Mais cedo, em entrevista à TV Verdes Mares, Joel Barroso reforçou que a campanha de cerca de 30 dias transcorreu sem problemas. "Receptividade muito boa, campanha tranquila, ocorreu tudo na normalidade", afirmou.
Votação teve forte esquema de segurança
O pleito neste domingo aconteceu sob um forte esquema de segurança: mais de 200 policiais militares e 40 policiais civis vão estar na cidade, além de equipes de mais de 200 homens do Exército, equipes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e até a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A campanha foi descrita por moradores e pelos prefeituráveis como tranquila. A candidata derrotada Cândida Figueiredo destacou que esta foi uma eleição diferente. "As pessoas não estavam tão motivadas quanto uma campanha junto com os vereadores. Mas foi uma eleição tranquila que a gente buscou conversar com as pessoas, estar com as famílias", avaliou.
A candidata Lígia Protásio ressaltou que a campanha foi rápida, de cerca de um mês, o que ampliou o desafio devido ao tamanho do município. "Foi uma campanha bem árdua, de corpo a corpo, indo de porta em porta", disse. A médica pontuou que "o nosso município é maior em extensão territorial, a gente não pôde chegar a todas as casas, conversar com todas as família".
Cassação do prefeito

José Braga Barroso (PSB), o Braguinha, foi eleito pela primeira vez em 2020 e reeleito em 2024 para seu segundo mandato como prefeito, mas foi preso no dia 1º de janeiro de 2025, horas antes de tomar posse.
Ele era acusado, entre outras coisas, de ter sido favorecido pela facção criminosa Comando Vermelho (CV), que agiu para comprar votos a favor do político e intimidar eleitores, em especial apoiadores do ex-prefeito e então candidato Tomás Figueiredo (MDB).
A interferência do crime organizado nas eleições municipais de Santa Quitéria em 2024 envolveu o fornecimento de drogas para comprar votos, com um dos traficantes ordenando publicações nas redes sociais para “conseguir o apoio dos viciados".
As ações a favor de Braguinha foram ordenados direto do Rio de Janeiro por Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze, descrito como líder do Comando Vermelho no sertão central do Ceará. Ele é natural de Santa Quitéria.
Sob ordens de Doze, membros do Comando Vermelho ameaçavam cabos eleitorais que trabalhavam na campanha de Tomás Figueiredo, que disputou a prefeitura de Santa Quitéria contra Braguinha. As ameaças eram enviadas por mensagens de WhatsApp e por pichações nos muros das casas dos apoiadores de Figueiredo.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) havia pedido a cassação de Braguinha e do seu vice ainda no fim de 2024 após investigação sobre a interferência do crime organizado nas eleições. De acordo com a acusação, a chapa praticou ou se beneficiou do abuso de poder político e econômico, comprometendo a legitimidade do pleito.
A defesa de Braguinha nega todas as acusações. Em maio de 2025, a Justiça Eleitoral cassou o mandato de Braguinha, decisão esta confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) em julho, ocasião na qual as eleições suplementares foram marcadas para o dia 26 de outubro.






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