
A opinião pública brasileira segue dividida sobre o destino do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas recortes regionais, econômicos e religiosos mostram tendências de opiniões sobre o fato. Pesquisa do instituto Datafolha aponta que a maioria dos mais pobres e dos moradores do Nordeste defende a prisão de Bolsonaro, enquanto evangélicos e moradores da região Sul são, em sua maioria, contrários.
Segundo os dados, 48% dos brasileiros são a favor da prisão do ex-presidente, acusado de ter participado de articulações políticas para a baderna do 8 de janeiro em Brasília, após as eleições de 2022. Outros 46% se posicionam contra a prisão, e 6% não souberam opinar.
Apesar da divisão, a expectativa predominante entre os brasileiros é de que Bolsonaro não será condenado: 51% acreditam que ele escapará da prisão, enquanto 40% acham que ele será punido.
Apoiam a prisão:
- Pessoas com renda de até dois salários mínimos;
- Moradores do Nordeste;
- Eleitores que se identificam com o PT.
Rejeitam a prisão:
- Evangélicos;
- Moradores da região Sul;
- Segmentos da classe média mais baixa;
- Eleitores bolsonaristas.
O levantamento foi realizado nos dias 29 e 30 de julho, com 2.044 entrevistas presenciais em 135 municípios de todo o país.
Pequena mudança desde abril
Em relação à última pesquisa, feita em abril, os números mudaram pouco e dentro da margem de erro. Naquele momento, 52% defendiam a prisão e 42% eram contra. Agora, os dois grupos estão praticamente empatados (48% a 46%).
A expectativa sobre o desfecho do processo também segue estável. Em abril, 52% achavam que Bolsonaro escaparia da prisão; hoje, são 51%. Já os que acreditavam em condenação passaram de 41% para 40%.
Bolsonaro será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, é dado como certa a sua condenação, mesmo a defesa dizendo que não há provas da participação direta de Bolsonaro nas manifestações que o STF classificou como ameaça a democracia. O processo cita conexões com os atos de baderna que ocorreram em 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O ex-presidente nega qualquer envolvimento com os episódios e afirma que apenas exerceu seu direito de expressão e crítica.
Comentários (0)
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Comentar