Entre no
nosso grupo!
WhatsApp
  RSS
  Whatsapp

  08:49

Governo Lula recusa proposta para classificar facções como grupos terroristas

 Foto: Agencia Brasil

O governo brasileiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou uma proposta feita por representantes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para classificar as fações Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas.

A proposta foi apresentada durante uma reunião realizada na terça-feira, 6, em Brasília, entre autoridades brasileiras e uma delegação norte-americana comandada por David Gamble, coordenador interino de sanções do Departamento de Estado dos EUA. Do lado brasileiro, participaram representantes dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, das Relações Exteriores e da Polícia Federal.

Segundo relatos de participantes do encontro, os norte-americanos argumentaram que, ao serem considerados como entidades terroristas pelo Brasil, as facções poderiam ser alvo de sanções mais severas conforme a legislação dos EUA, que adota medidas mais rigorosas contra esse tipo de crime organizado.

A delegação americana também informou que, de acordo com investigações do FBI, o PCC e o CV possuem presença em pelo menos 12 estados dos EUA, incluindo Nova York, Flórida, Nova Jersey, Massachusetts, Connecticut e Tennessee. Os grupos estariam utilizando o território americano para movimentações financeiras ilícitas, como a lavagem de dinheiro, com a ajuda de brasileiros que transitam entre os dois países. Como parte das ações de contenção, 113 brasileiros já teriam tido o visto negado por ligação com essas organizações criminosas.

Em resposta, o governo do presidente Lula reafirmou que sua legislação não considera facções criminosas como grupos terroristas, uma vez que sua atuação está baseada em interesses financeiros e não em motivações ideológicas ou políticas, como define a lei antiterrorismo nacional.

Os representantes do Brasil também destacaram, sem citar ações concretas, que o país tem adotado diversas medidas no enfrentamento ao crime organizado, como o isolamento de lideranças criminosas [que comandam o tráfico de dentro dos presidindo] em presídios federais e a intensificação de operações conjuntas entre polícias e Ministérios Públicos, incluindo a atuação dos Grupos de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Também foi mencionada a estratégia de ampliar a cooperação com países da América Latina no combate a essas organizações.

A reunião contou com a presença de diversos representantes americanos, entre eles John Jacobs (Embaixada dos EUA), Michael Dreher (adido judicial), Ricardo Pita e John Johnson (assessores), Holly Kirking Loomis (conselheira política) e Shawn Sherlock (adido policial). O Itamaraty confirmou que o encontro foi agendado por solicitação dos norte-americanos.

Com informações do Estadão

Mais de Política