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  18:09

HUT abre protocolo de morte encefálica para menino envenenado no litoral do Piauí

 Foto: Piauí Hoje

O menino de 7 anos, internado por envenenamento no Hospital de Urgência de Teresina, teve aberto protocolo de morte encefálica nessa terça-feira (27).

Ele e o irmão, de 8 anos, foram envenenados e estão em estado grave desde sexta-feira (23). A suspeita, Lucélia Maria da Conceição Silva, 52 anos, vizinha das vítimas, foi presa horas depois e teve a prisão preventiva decretada.

Os dois irmãos foram internados com sintomas de envenenamento na sexta-feira (23) e a suspeita, uma vizinha das vítimas, foi presa horas depois. Ela negou as acusações ao chegar à Central de Flagrantes. Revoltados com a situação, vizinhos incendiaram a casa da mulher.

Os irmãos estavam entubados no Hospital Nossa Senhora de Fátima, anexo do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba. O transporte das crianças à capital foi feito por uma aeronave do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A assessoria do Heda afirmou que a equipe médica do hospital realizou um exame para determinar a substância que envenenou os meninos, mas os resultados ainda não estão disponíveis.

​​Prisão preventiva decretada 

Na decisão que converteu a prisão em flagrante da suspeita em preventiva, o juiz Marcos Antonio Moura Mendes apontou que a materialidade do crime foi demonstrada e existem indícios de autoria, tais como:

  • Veneno encontrado na residência da indiciada;
  • Existência de cajueiro em frutificação no quintal da residência dela;
  • Histórico de agressões a crianças, conforme relatos de vizinhos.

Segundo o delegado Renato Pinheiro, da Central de Flagrantes de Parnaíba, a suspeita negou ter envenenado as crianças. No entanto, ela mesma indicou, durante busca e apreensão realizadas em sua casa, o local onde o veneno estava.

Os policiais encontraram, debaixo de uma cômoda, envólucros de estricnina, conhecida popularmente como "chumbinho". A substância pode provocar desordem convulsiva, contrações musculares e falência respiratória.

A mulher alegou que utilizava a substância para matar ratos. O veneno e uma sacola com cajus foram apreendidos e levados para perícia no Instituto de Criminalística. A suspeita ficará presa na Penitenciária Mista da cidade.

A mãe dos irmãos relatou que, na sexta-feira (23), o filho mais velho chegou à casa da família com um saco de caju, que teria sido oferecido pela vizinha Lucélia Maria da Conceição Silva, suspeita de envenenar as crianças.

“Ele foi comer os cajus com o irmão e os dois saíram para brincar. Quando o mais novo voltou, disse que estava tonto, se sentindo mole e me pediu para segurá-lo. Eu o segurei e ele estava roxo, com a língua preta, babando e vomitando o caju”, lembrou Francisca.

O filho caçula foi levado ao hospital e, pouco depois, o irmão mais velho também deu entrada com os mesmos sintomas, levado pelo tio das crianças. Francisca disse ainda que não tem qualquer relação com a vizinha suspeita do crime.

Suspeita envenenamento é presa

Conforme relato de familiares, os meninos começaram a passar mal após comerem cajus que teriam sido ofertados pela mulher. Ela foi identificada como não se sabe se havia a intenção de envenenar as crianças ou se a intoxicação aconteceu por acaso.

A mãe das crianças informou que animais também foram envenenados no bairro Dom Rufino, onde moram.

"Relatos de testemunhas apresentaram informações de que a suspeita do crime tem conflitos com a vizinhança e de que, frequentemente, animais aparecem supostamente envenenados e mortos nas proximidades da casa da investigada", informou a Polícia Civil.

Após denúncia dos familiares das crianças, a Polícia Militar prendeu a mulher e ela foi levada à Central de Flagrantes de Parnaíba.

Uma viatura foi deixada no local para evitar danos à casa de Lucélia, mas vizinhos incendiaram a casa dela durante a noite.

Após a prisão, foram feitas buscas na casa da suspeita pela Polícia Civil e apreendidos frascos que serão analisados, porque a polícia suspeita de que teriam substâncias tóxicas.

"Após colher os depoimentos, inclusive o depoimento da mãe das vítimas narrando o gravíssimo estado em que as crianças se encontram e, diante do histórico criminoso da investigada, já sendo investigada por outros crimes, a Polícia Civil realizou levantamento de dados e relatório a fim de dar robustez ao pedido de busca", completou a Polícia Civil.

Fonte: G1

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