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  12:33

“Pessoas com sintomas de depressão devem procurar especialista”, orienta psicóloga de Campo Maior

Em virtude do alarmante número de suicídios que vem ocorrendo em Campo Maior, o Em Foco procurou uma psicologa para falar sobre essas situação e como lidar com pessoas que pensam em desistir de viver.

 Ficar só não é a melhor saída. A orientação é procurar alguém para conversar, de preferência um especialista.

A tecnologia e as mudanças que tem ocorrido no mundo tem tornado a vida e o cotidiano cada vez mais agitado, principalmente para os jovens que estão entrando cada vez mais cedo no mercado de trabalho e tendo que conciliar com estudos, família, amigos e relacionamentos. Alguns não suportam a carga excessiva de compromissos e caem numa doença chamada depressão que age silenciosamente levando muitas pessoas a tirar a própria vida.

 

Em Campo Maior têm ocorrido vários casos nos últimos meses e a população busca uma explicação, mas o fato é que não existe um único motivo para que o indivíduo cometa o suicídio, conforme a psicóloga Maysa Moreira do Centro de Atenção Psicossocial de Campo Maior (CAPS) que atende pessoas que sofrem de depressão e dos mais diversos tipos de transtornos. “Cada indivíduo é único. Cada caso tem seus motivos. Mas geralmente são muitos problemas, que podem ser familiares, pessoais, profissionais, relacionamentos com os pais, amorosos e outros. Uma série de motivos. É uma questão muito difícil”, explicou.

COMO IDENTIFICAR?

 

Segundo a especialista, a pessoa antes de cometer suicídio dá muitas dicas. “A pessoa diz que está cansada. Trabalho está exigindo muito. Hoje os jovens são muito cobrados, pelo trabalho, estudo, eles tem que ter um futuro bom, ganhar dinheiro. Essa cobrança atrapalha”.

 

COMO AJUDAR?

 

As pessoas pouco procuram ajuda e quando procuram é na família e a família geralmente não tem como ajudá-los. A psicóloga orienta a não ignorar quando for procurado por alguém que apresentar tendências para a depressão. “A gente nunca sabe o problema do outro. Achamos que os nossos são maiores. As vezes a mãe diz que é besteira, que não tem motivos. Ignorar faz é atrapalhar”.

 

PROCURAR UM ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

 

Maysa Moreira aconselha a quem estiver passando por um problema, sem ânimo para seguir a vida, a procurar urgentemente o atendimento de um especialista. “Não é qualquer pessoa que vai entender seu sofrimento. Procure um profissional que ofereça o serviço especializado”, disse.

 

Ela revela que muitas vezes é procurada por pacientes que relatam pensamentos ruins, com vontade de se matar. “Aconselho a quem tiver com pensamentos assim que procure ajuda na família, no CAPS, busque alguém para lhe escutar. Tudo é uma fase, tudo é possível resolver”, sugeriu alertando a não procurar qualquer um, porque há pessoas que não estão preparadas e acabam piorando a situação.

 

PSICOLOGO NÃO É PARA LOUCOS

 

A sociedade convencionou que só quem precisa de atendimento psicológico ou psiquiatra são loucos. Maysa diz que vem enfrentando um tabu na cidade porque muitas pessoas tem esse receio de ir ao CAPs. “Psicólogo é alguém que pode ajudar. Não é só louco que precisa de ajuda. CAPs não é lugar de doido”. Ela ressalta ainda que se a pessoa não quiser ir ao CAPs, que procure alguma das clinicas especializadas que existe na cidade.

 

TRABALHO DO CAPS DE CAMPO MAIOR

 

O CAPs de Campo Maior possui psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e educadores físicos. “Temos toda uma equipe preparada para recepcionar nossos pacientes que ao chegarem passam por um acolhimento e depois são direcionados para o profissional especializado”, informou.

 

Segundo Mayra Moreira, o CAPs de Campo Maior atende ainda algumas cidades da região e possui uma demanda muito grande. “As vezes tem fila de espera. Algumas cidades da região também utiliza o CAPs de Campo Maior. Chegamos a atender cerca de 10 a 15 pessoas por dia”, disse a especialista explicando que cada consulta dura no mínimo 30 minutos e é diferenciada de outros atendimentos médicos.

 

Alem do CAPs, há também atendimentos nos CRAS e CREAS.

 

Por Weslley Paz

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