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  09:07

Governo confirma caso de 'vaca louca’ e suspende exportações para a China

 Imagem: Shutterstock

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) confirmou, nesta quarta-feira (22), que o resultado do teste de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) —  doença popularmente conhecida como "vaca louca" —  em um animal no Estado foi positivo. Segundo a agência, em nota, o caso ocorreu em uma propriedade com 160 cabeças de gado, no município de Marabá (PA), que foi isolada pelo órgão.  

Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações de carne bovina para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira (23). O diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira. 

De acordo com a Adepará, os sintomas indicam que o caso se trata de uma forma atípica da doença, ou seja, que surge de forma espontânea no animal, sem risco de disseminação no rebanho nem ao ser humano. 

"Foi feito o comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e as amostras foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico", declarou a agência. 

Segundo o Ministério da Agricultura, o animal foi criado em pasto, sem ração, e abatido. Sua carcaça foi incinerada no local.  Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação e o assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne — disse o ministro da pasta, Carlos Fávaro.

Na última segunda-feira (20), o ministério havia informado sobre a existência do caso suspeito, que havia sido submetido à análise laboratorial para a confirmação. De acordo com fontes, trata-se de um animal de oito a nove anos, o que seria mais um indício de caso atípico, pois a EEB costuma se manifestar naturalmente em animais mais velhos.

Últimos casos

Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil ocorreram em 2021, em Minas Gerais e no Mato Grosso. Na ocasião, os casos também foram atípicos, mas a China, maior comprador de carne do Brasil, suspendeu a aquisição de carne bovina brasileira por três meses, de setembro a dezembro daquele ano.

Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca, provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, o mal da vaca louca é uma doença degenerativa. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja.

Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons provoca, nos seres humanos, a encefalopatia espongiforme transmissível. No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos na Grã-Bretanha, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. Na ocasião, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.

FONTE/CRÉDITOS: GZH

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