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  14:34

Reservas do Corinthians fazem festa e bagunça com 6 a 1 sobre o São Paulo

A superioridade do Corinthians foi tamanha que alguns torcedores do São Paulo tentaram deixar o estádio ainda no primeiro tempo, quando o público da casa já gritava “olé” e a humilhação não estava totalmente configurada.

 

Questionado sobre a concessão de uma autorização para Alexandre Pato enfrentar o Corinthians neste domingo, o presidente Roberto de Andrade avisou: “É festa, não bagunça”. Foi festa e bagunça. Com muitos reservas no gramado de Itaquera, o time que se sagrou hexacampeão brasileiro na semana passada comemorou o título com uma contundente e histórica vitória por 6 a 1 sobre o São Paulo. Bruno Henrique, Romero (2), Edu Dracena, Lucca e Cristian fizeram os gols. Carlinhos descontou, e Cássio ainda defendeu um pênalti de Alan Kardec.

 

A superioridade do Corinthians foi tamanha que alguns torcedores do São Paulo tentaram deixar o estádio ainda no primeiro tempo, quando o público da casa já gritava “olé” e a humilhação não estava totalmente configurada. A equipe que prima pelo fair play tripudiou tanto do seu rival que Cristian se atreveu a quase repetir a comemoração de gol com os braços cruzados e os dedos médios em riste – desta vez, ele ergueu os indicadores.

 

Após marcar um gol para cada título brasileiro – e levantar o troféu com Ralf -, o Corinthians chegou aos 80 pontos ganhos na tabela de classificação. A sua campanha será encerrada diante de Sport, na Ilha do Retiro, e Avaí, novamente em Itaquera. Ainda com esperanças de ir à próxima Libertadores, o São Paulo tem 56 e procurará se recuperar do vexame eterno diante de Figueirense, no Morumbi, e Goiás, no Serra Dourada.

 

O jogo – O São Paulo foi recebido em Itaquera com festa. Bastou a equipe do interino Milton Cruz entrar em campo, no aquecimento, para os gritos de “é campeão” ecoarem das arquibancadas. No telão, havia mais uma provocação – era exibido o gol de Tupãzinho na final do Campeonato Brasileiro de 1990, o primeiro dos seis que o Corinthians já conquistou.

 

E, no primeiro jogo como hexacampeão nacional, o time de Tite queria que a alegria fosse completa. Mesmo sem muitos titulares – Gil, Elias, Jadson, Renato Augusto, Malcom e Vagner Love foram poupados, enquanto Fagner e Uendel retomaram os postos de Edílson e Guilherme Arana -, a intenção era acuar o São Paulo desde o princípio.

 

Apenas a boa movimentação, com a intensa troca de passes característica dos titulares, não fez com que os reservas do Corinthians encantassem rapidamente. O São Paulo ficava mais tempo com a bola nos pés, porém não tinha Paulo Henrique Ganso, lesionado, nem criatividade. Luis Fabiano estava no banco de reservas.

 

Para tornar o Corinthians mais perigoso, Tite resolveu inverter o posicionamento dos seus homens de frente, deslocando Romero do meio para a direita, onde estava Danilo, que foi atuar como centroavante. Deu resultado. Veloz, o paraguaio tirou a tranquilidade de Carlinhos. Apesar de a primeira chance clara de gol ter se originado do outro lado do gramado.

 

Aos 25 minutos, Lucca cruzou da esquerda para Bruno Henrique, que só não marcou o gol por causa de uma grande defesa de Denis. O volante acertaria a rede logo em seguida. Na cobrança de escanteio, ele aproveitou o rebote que o goleiro deu em uma cabeçada firme de Felipe e completou para dentro.

 

O gol desestabilizou o São Paulo. Dois minutos depois, Denis trabalhou bem outra vez em uma conclusão de primeira de Romero, após Lucca inverter o jogo da esquerda para a direita. E foi vazado novamente na cobrança de escanteio. O atacante paraguaio do Corinthians subiu bem, no meio da defesa rival, e cabeceou para ampliar.

 

A vantagem no placar fez a torcida corintiana trocar os berros de “é campeão” pelo coro de “olé”. No setor visitante, já havia quem não quisesse ficar mais no estádio. Muitos são-paulinos tentaram ir embora mais cedo. E quase Fagner e Thiago Mendes também saíram, com um desentendimento na linha de fundo. O público aproveitou para tripudiar: “Ah, que é isso? Elas estão descontroladas!”.

 

O descontrole do São Paulo ficaria mais evidente ainda na etapa inicial, com outra falha defensiva. Aos 45 minutos, Danilo fez o cruzamento da esquerda, e Edu Dracena ganhou a disputa de bola com Lucão para cabecear. Denis foi mal, e o próprio zagueiro se esticou para empurrar para a rede na sobra.

 

Completamente perdido, o São Paulo conseguiu encontrar o caminho para o vestiário no intervalo. Seguiu para lá correndo. E saiu com Luis Fabiano e Reinaldo nas vagas de Rogério e Bruno. No Corinthians, nada mudou. O segundo tempo iniciou com a mesma trilha sonora – “olé”.

 

Os gritos de “gol” também não cessaram. Aos 15 minutos, o Corinthians colocou o São Paulo na roda com Romero, que passou para Bruno Henrique rolar para Danilo. O veterano tocou de letra para Lucca finalizar na saída de Denis. Um golaço.

 

Três minutos mais tarde, a rede balançou de novo. Romero foi lançado por Fagner nas costas de Reinaldo e avançou pela direita até bater cruzado na grande área. Hudson desviou para dentro.

 

Temeroso, Milton Cruz reforçou a sua defesa ao substituir Wesley por Edson Silva. E até viu o São Paulo fazer o gol de honra. Carlinhos anotou de carrinho depois de jogada de Alan Kardec e teve a coragem de comemorar. A torcida do Corinthians ironizou: “Eu acredito! Eu acredito! Eu acredito!”.

 

O que parecia realmente inacreditável eram os desdobramentos do clássico. Com Lincom e Cristian nas posições de Danilo e Rodriguinho, o Corinthians chegou ao sexto gol. Aos 30 minutos, Romero foi derrubado por Reinaldo dentro da área. Pênalti. Cristian cobrou no canto e só não repetiu a sua provocativa comemoração com os dedos médios em riste porque ergueu os indicadores.

 

O São Paulo teve a oportunidade de amenizar um pouco o vexame quando o árbitro viu pênalti de Edu Dracena sobre Carlinhos, aos 35 minutos. A humilhação foi ainda maior porque Cássio acertou o canto e defendeu a cobrança de Alan Kardec. A festa – e a bagunça – do Corinthians estava completa. Com um gol para cada título brasileiro.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

Por Helder Felipe

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