No dia 22 de julho o Em Foco publicou matéria sobre a troca de farpas entre uma blogueira e o prefeito da cidade de Juazeiro do Piauí. O prefeito Tonho Veríssimo deu declarações fortes a respeito da blogueira Vera Barros, dizendo a mesma será processada por ela “atacar de forma leviana e carregada de ódio a administração municipal e a imagem pessoal dele”. Vera, por sua vez, diz que teve a imagem sua e de sua família exposta, uma vez que o prefeito falou de um suposto crime do filho da blogueira. “A imagem pública (prefeito) foi exposta pelo simples fato de ele ser o gestor de todos os recursos público do município, ao contrário de mim que não tenho vida pública, não sou gestora, não sou vereadora e não ocupo cargo de alto escalão. minha vida pessoal e de minha família não é publica” disse ela.

Vera disse ao Em Foco que a fala do prefeito, que ela entendeu como ameaças, se deve a várias denúncias que ela vem fazendo, como a de um médico que trabalhava no lugar de outro, mas a última denúncia seria de um foragido da justiça de São Paulo que foi nomeado pelo prefeito como Coordenador de Licitação. O rapaz também já foi Chefe do Departamento de Empenhos e Coordenador de Licitação.

“Ele foi condenado em São Paulo e veio morar em Juazeiro em 2012, justamente quando saiu o mandado contra ele. Ele gerencia todas as compras dos municípios, os recursos de obras federais e precisa ser uma pessoa idônea. Já entramos com denúncia no Tribunal de Contas da União e Tribunal de Contas do Estado. Parece que ele saiu da cidade” disse Vera.

Segundo Vera, depois da denúncia, a delegacia de Castelo do Piauí teria recebido o mandado de apreensão da justiça paulista e tentado dar cumprimento, mas não teria encontrado o Chefe da Licitação na cidade de Juazeiro.

O Em Foco tentou falar com a delegacia de Castelo onde Edilson, que seria escrivão, ou Ivo, que não conseguimos apurar seu cargo, um dos dois teriam recebido por email o documento, mas não localizamos nenhum dos dois para falar sobre o caso.

SOBRE A CONDENAÇÃO

O homem de confiança da licitação de Juazeiro do Piauí foi condenado em 2010 a 06 (seis) anos e 09 (nove) meses de reclusão, em regime inicial semi-aberto, bem como ao pagamento de cento e oito dias-multa pela 1ª Vara Criminal e de Crimes contra Crianças e Adolescentes - Foro de São Caetano do Sul-SP por infração ao artigo 157, caput, do Código Penal, por duas vezes, e no art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, todos na forma do art. 71 do Código Penal.

Fábio Wanderlei Lima foi condenado no Processo 0010178-16.2010.8.26.0565 (565.01.2010.010178) por roubo. Consta nos autos que no dia 24 de julho de 2010, às 23:10 horas, na Av. Goiás, número 300, Centro, no município e Comarca de São Caetano do Sul, Fábio Wanderley Lima, agindo em concurso e com unidade de desígnios com o adolescente JBL, subtraiu, para ambos, mediante grave ameaça consistente na simulação de porte de arma de fogo, um telefone celular marca Samsung, modelo GT-E2120, pertencente à vítima protegida I.C.R.V; Consta, que no mesmo dia, na rua Major Carlo Del Prete, Centro, no município de São Caetano do Sul, Fábio Wanderley Lima, e o adolescente JBL, subtraiu, para ambos, mediante grave ameaça consistente na simulação de arma de fogo, um telefone celular de marca ignorada, pertencente à vítima protegida P.D.E e uma carteira, que continha documentos pessoais e um cartão vale-refeição, pertencente à vítima protegida M.V.P.

No fim de 2011 seus advogados entraram com pedido de Apelação nº 0010178-16.2010.8.26.0565 para modificar a pena. O Ministério Público também entrou com apelação pedido regime fechado para o acusado. A ação foi julgada pelo 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que rejeitou parcialmente o recurso da defesa. Impôs pena de 06 (seis) anos, 02 (dois) meses e 20 (vinte) de reclusão em regime inicial fechado (pena base de roubo acrescida de 1/3 (um terço) pelo concurso de agentes e a este 1/6 (um sexto) pelo concurso formal e 26 (vinte e seis) dias-multa, no mínimo legal, expedindo também o mandado de prisão.

Em abril de 2012 saiu mais um resultados de um Recurso Especial nº: 0010178-16.2010.8.26.0565 e a Procuradoria Geral de Justiça manifestou-se pelo indeferimento do recurso ou pelo desprovimento no mérito.

SOBRE AS NOMEAÇÕES

Fábio Wanderlei Lima passou por três setores da prefeitura de Juazeiro no intervalo de dois anos. Sua primeira portaria foi a Nº 55/2013, de 08 de agosto de 2013 Chefe do Departamento de Empenho. A segunda foi a Portaria Nº 17/2014, de 02 de janeiro de 2014 como Coordenador de Licitação. E a terceira Portaria Nº 28/2014, de 15 de janeiro de 2014 como Presidente da Comissão de Licitação. Depois das denúncias e buscas feitas pela polícia, Fábio foi exonerado em 19 deste mês pela Portaria Nº 46/2014.

VEJA ABAIXO AS PORTARIAS DE NOEMAÇÕES A A ÚLTIMA, DE EXONERAÇÃO

A PREFEITURA FALA SOBRE O CASO

O Coordenador de Comunicação da prefeitura de Juazeiro do Piauí, Ezequiel Lima, explicou que na época que ele foi nomeado para o cargo, a idoneidade dele foi pesquisada no site do CNJ (Conselho Naciona de Justiça), do qual, o nome dele ainda não constava. A Coordenação mandou uma pesquisa feita no site do CNJ agora no dia 27 de agosto, quando o caso já tinha sido revelado (DOCUMENTO ABAIXO).

"Ele foi admitido e desempenhou o trabalho com zelo e sempre muito empenhado. Na verdade, acreditamos que houve falha na comunicação da justiça. Pois o nome dele continua sem constar no site do CNJ, sabemos que existe o mandato de prisão para ele, e que ninguém sabe do paradeiro do mesmo. Ressalto ainda que o prefeito assinou a exoneração do mesmo assim que tomou ciência do fato", declarou Ezequiel. 

"Só agora que a justiça de São Paulo comunicou-se com a justiça do Piaui, notícia essa que deixou toda cidade surpresa, pois ele sempre foi um funcionário exemplar e amigo de todos. Fato que fez o mesmo chegar na posição de presidente da CPL, devido o seu comprometimento. Porém, volto a esclarecer, a assessoria jurídica da Prefeitura pesquisou e não encontrou nenhuma denuncia ou mandato de prisão no CPF dele junto aos órgãos na época da admissão dele. Só agora viemos saber que ele respondia processo em São Paulo. Ele tinha ciência do processo em aberto em São Paulo, mas nunca nos revelou nada". completou Ezequiel.