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  14:41

Relatório técnico aponta alto risco em 31 Barragens no Piauí; duas delas em Campo Maior

 Foto: Arquivo/Campo Maior Em Foco

Depois de quase um mês de férias no exterior, o governador Wellington Dias voltou ao Piauí dizendo que estão fazendo alarde sobre riscos de rompimentos de barragens no estado. A fala do governador não encontra apoio técnico além de seus secretários de áreas afins.

Um relatório é da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado federal, aprovado em dezembro passado, poucos dias antes da tragédia da barragem da Vale, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), e aponta que 723 das 24 mil barragens cadastradas em todo o Brasil, apresentam alto risco de acidentes. Destas, 31 é no Piauí, incluído duas em Campo Maior: Emparedado e Corredores.

“Chama atenção o fato de que, no Piauí, a SEMAR avaliou 13 barragens quanto ao dano potencial associado, e todas classificadas como dano potencial alto, e avaliou 31 barragens quanto ao risco; novamente todas foram classificadas como risco alto. É uma demonstração inequívoca da situação de iminente calamidade que vivemos em nosso estado” diz trecho do relatório.

Segundo o relatório, a legislação é tardia. No Piauí, por exemplo, tem barragens construídas há mais de 100 anos, mas a legislação sobre segurança de barragens só veio em 2010.

“O risco de outras Marianas é assustador. E nós, no Piauí, já tivemos a nossa, com o rompimento da barragem de Algodões, em 2009, em Cocal, onde houve 9 mortes e prejuízos em toda a região.” diz trecho do relator, Senador Elamo Ferrer. Mal sabia ele que poucos dias depois de apresentar seu relatório, uma tragédia incalculável acontecia no mesmo estado onde acontece a de Mariana citado por ele no relatório.

Todas as barragens do Piauí listadas no relatório aparecem na “categoria de risco” como “alto”, que mede todos os intens que podem resultar em um acidente, como estrutura, projeto, manutenção, tempo de construção, entre outros.

A maioria também aparece como “alto risco” ou “não classificada” no item “dano potencial associado” que mede o risco de rompimento, vazamento, infiltração, entre outras.

As duas barragem de Campo Maior que aparecem no relatório entram como de “alto risco” nas duas escalas.

Segundo matéria divulgada pelo governo, o diretor do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi), Geraldo Magela afirma que na segunda-feira um equipe esteve na barragem Emparedado em Campo Maior, mas não divulgou nenhum dado da visita. Em novembro de 2018 o governador Wellington Dias chegou a prometer R$ 4 milhões em investimentos na barragem Emparedados, em Campo Maior, mas até agora, mais de 60 dias depois, nada foi feito. 

ALGODÕES TAMBÉM “NÃO OFERECIA RISCO”

Em Era 27 de maio de 2009 a parede de contenção da Barragem de Algodões em Cocal, no norte do Piauí se rompeu e deixou um rastro de mortes e destruição. Nove pessoas morreram, mais de 2mil desabrigadas e 1.038 casas foram destruídas pela força da água

Na época, famílias chegaram a deixar seus imóveis por que parte da parede começa a ceder. Depois de pequenos reparos feitos pelo governo do Piauí, um laudo de um engenheiro contratado pelo Estado atestou que não haveria mais risco de rompimento. Muita gente voltou para suas casas, para serem parte da história trágica.

Da Redação

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