O capitão Allisson Watson tentou vender, em Campo Maior, na manhã do último sábado (28/10), o carro usado na morte da estudante de direito Camilla Abreu. Uma testemunha ouvida pelo Em Foco afirma que Allisson esteve numa loja de revenda de veículos, no centro, acompanhado de um segundo homem. 

“Ele chegou lá no local, desceu do carro com um homem moreno que aparentava uns 40 anos de idade e entrou no estabelecimento. Depois retornou com vendedor, o que parecia estar negociando o carro. Depois entrou no carro com esse homem e saiu”, diz a testemunha. 

O policial foi preso na tarde dessa terça-feira (31/10) após confessar que matou a namorada e apontar o local que jogou o corpo da namorada. 

Relato do vendedor 
Na revendedora, o Capitão foi atendido pelo proprietário da loja, Junior Tatá. Ao Em Foco, ele confirma que Alisson estava acompanhado de um homem. “Ele apresentou o homem como sendo o ex-dono o Corolla. Disse que havia comprado o carro dessa pessoa há seis meses, que o carro ainda estava no nome dessa pessoa e que agora queria vender o carro”. 

Junior diz que o Capitão Alisson se mostrava ansioso para vender o veículo, mas que o preço ofertado por ele estava dentro da média de mercado. “Ele estava doido, doido pra vender o carro. Me pediu 40 mil, um preço dentro do mercado, e perguntou quando eu dava no Corolla”, lembra. 

Camilla Abreu e Alisson Watson (Foto: Reprodução)

O empresário, no entanto, percebeu forte cheiro no interior do carro e a falta do banco do passageiro. “Nem cheguei a entrar no carro. Quando eu abri a porta senti um cheiro muito forte e perguntei que cheiro era aquele. E ele não escondeu que era sangue e disse “Não, rapaz, eu socorri uma pessoa que estava ferida e sangrando”".

Devido ao odor, o empresário recusou a compra. “Eu não ia comprar um carro fedendo, como o dele estava, pra botar na minha loja. Eu disse: ‘Rapaz, tire esse cheiro e coloque o banco que está faltando que eu lhe compro o carro’. Não ia comprar do jeito que estava”, comenta. "Minha esposa comentou o caso e eu vi a foto e disse pra ela que ele havia aparecido na loja tentando vender o carro modelo Corolla", finaliza. 

A investigação 
Segundo as investigações da Polícia, Alisson praticou sexo com a jovem Camilla Abreu dentro do veículo e logo em seguida atirou contra o rosto da estudante. O delegado Baretta, que comanda o inquérito, investiga se a jovem foi morta dentro do carro ou levada para a comunidade rural Mucuim - onde o corpo foi encontrado na tarde dessa terça – e morta no matagal. 

A polícia diz que após a morte, o Capitão tentou lavar o carro num posto de lavagem localizado na Avenida Maranhão, em Teresina, e em seguida tentado vender o veículo em Campo Maior. 

Em depoimento na delegacia de homicídio, Alisson Watson disse que o tiro no rosto de Camilla aconteceu acidentalmente e que o crime foi motivado por ciúmes.