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  03:33

“Justiça não trata rico e pobre da mesma forma”, diz direitos humanos da OAB/PI

Um preso amarrado com cordas em Campo Maior gerou debate sobre direitos humanos e mídia

 

Um debate sobre “Mídia e Direitos Humanos em Tempos Sombrios”, na noite desta quinta-feira (13/07), em Campo Maior, discutiu como a sociedade entende a atuação dos Direitos Humanos, as formas de preconceitos contra mulheres, negros e homossexuais e como a imprensa divulga notícias envolvendo suspeitos de crimes. 


Marcelo Mascarenhas, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil da seccional Piauí, criticou o interesse mercadológico estabelecido dentro de veículos da imprensa e comparou que assim com os jornalistas, a justiça não trata ricos e pobres da mesma maneira. 


“Convivemos com isso todos os dias e sabemos que a justiça não trata ricos e pobres da mesma forma. É diferente como trata um e outro. A mulher do Sérgio Cabral foi colocada em prisão domiciliar porque tem dois filhos menores e a legislação prevê isso. Na mesma semana a justiça negou liberdade a uma mulher grávida suspeita de roubar alimento”, exemplificou. 


O debate 
Marcelo Mascarenhas explicou que o debate que reúne mídia e Direitos Humanos foi pensado pela OAB após a repercussão de um fato ocorrido em Campo Maior. “Um homem foi preso, por falta de algema ele foi amarrado como um animal e teve a imagem divulgada. Uma página de uma tv pública compartilhou a foto e disse que bandido bom é bandido morto”. 

 


A presidente da Comissão de Direitos Difusos e Coletivos da OAB/PI, Geysa Costa comentou que desde a invenção da imprensa a mídia é controlada pelo poder econômico e político. Para ela, a mídia defende esses interesses e que é difícil desfazer a maneira preconceituosa que com que essa trata as minorias. 


A jornalista Sávia Barreto citou uma pesquisa que mostra que de 397 apresentadores de televisão no Brasil, apenas 10 são negros. Ela debateu como divulgar notícias sobre suicídios e a exposição de fotos de suspeitos.  


Wilson Spindola, presidente as subseção da OAB em Campo Maior, comemorou a realização do evento em parceira com a UESPI. “É de extrema relevância discutir neste momento por qual passa a nação como estamos usando a mídia em casos que envolvem os direitos humanos e melhor ainda é tratar sobre isso dentro do espaço acadêmico”, disse. 

 

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Por Otávio Neto

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