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  17:43

7 ANOS: Crime do empresário Demar continua sem solução

7 anos, um morto e dois assassinos soltos

 

O sol forte se contradizia com o clima de comoção que tomou conta de Campo Maior naquela tarde de quinta-feira, 24 de junho de 2010. As primeiras informações circulavam na cidade e logo em seguida nos veículos de comunicação. “Empresário Demar é morto a tiros em Campo Maior”. O crime chocava a cidade e ganhara repercussão no Estado. 


Surgiam alí várias versões para o assassinato do empresário. “Crime de empresário pode ter sido por motivo passional”, suspeitavam alguns. “A polícia diz que tem provas que indicam que o crime foi latrocínio”, defendiam outros. Os boatos seguiram até novembro do mesmo ano, quando a polícia concluía o inquérito. Valdemar Matias de Oliveira, 55 anos, foi morto numa “saidinha de banco”. 


Dias após desvendar o crime, a polícia prendia um dos suspeitos. Evangelista da Silva Lima Filho teria sido o homem que avisou os assassinos que “Demar” saia da agência do Banco do Brasil, no centro da cidade, como o valor de 2 mil reais.  O assassinato completa agora 7 anos. O suspeito segue preso? Alguém mais foi investigado? Apareceram novas testemunhas? O crime foi solucionado?


O passo a passo 
Tarde de quinta, 24 de junho de 2010. Demar chega à agência do Banco do Brasil em Campo Maior por volta da 14:30. O empresário saca R$ 1 mil reais num caixa eletrônico. Não desconfiava ele que estava sendo observado. Às 14:36 o empresário se dirige ao caixa interno do BB para sacar mais R$ 1 mil. Um homem o segue. 


De longe, as câmeras de segurança da agência registram toda movimentação. Às 14:37, Valdemar está na fila aguardando para ser atendido. O suspeito, moreno, de camisa branca com listras na horizontal, resolve enfrentar a mesma fila. Após sacar a quantia, Demar deixa o banco e entra no seu carro, um Honda Civic. 

 

Foto: Divulgação 


Uma ligação telefônica avisava. ‘Está deixando a agência com uma boa quantia em dinheiro’ e logo depois as características do empresário eram descritas pelo telefone. Minutos depois, dois homens numa moto interceptam o Honda Civic na saída de Campo Maior, próximo ao Centro de Treinamento do Caiçara, na BR 343. Dois disparos são ouvidos de longe. Os assassinos fogem com o dinheiro. 


A conclusão 
Esse passo a passo feito pela polícia levou a conclusão de que o crime se tratava de uma “saidinha de banco”. As investigações apontaram que Evangelista da Silva Lima Filho era o homem que observou a movimentação de Demar e repassou a informação aos executores. Evangelista já era investigado pelo mesmo crime. 


Sem solução
Em sua primeira edição, a Revista Foco trouxe esclarecimentos sobre a investigação. Numa entrevista exclusiva aos repórteres Otávio Neto e Domingos José, o promotor criminal da Comarca de Campo Maior, Luciano Nogueira, revelou que o inquérito foi arquivado e Evangelista da Silva solto por falta de provas. 7 anos depois, o crime segue sem solução. 


“Havia um suspeito, que era Evangelista da Silva Lima Filho, que teria sido visto dentro da agência bancária e foi feito um trabalho de interceptação, mas não foi encontrado provas que indicasse que era ele o autor do crime. Poderia até ser que ele fosse a terceira pessoa, mas ficou muito vago, sem consistência para levar em frente. Este processo foi arquivado em 2012”, comentou Luciano. 


A revista perguntou ao promotor se houve em algum momento outra linha de investigação, já que se comentou na época que o assassinato poderia ter sido passional. O promotor negou. “Não foi trabalhado essa linha de investigação. A linha de investigação foi saidinha de banco”. 


Às 15h deste sábado o crime de Valdermar Matias de Oliveira completa 7 anos. O momento de dor retorna à família e aos amigos. Os assassinos nem recordarão do crime, mas a sociedade continua a se questionar “Quem matou Demar?”.  

 

Por Otávio Neto

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