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  11:30

Polícia Federal aponta prefeito afastado de Sorocaba como líder de organização criminosa

O documento que embasou o afastamento de Rodrigo Manga (Republicanos) do cargo de prefeito de Sorocaba (SP) por 180 dias aponta o político como chefe de uma organização criminosa e beneficiário de esquema de corrupção envolvendo contratos públicos.

A Polícia Federal identificou sinais de que o esquema criminoso estaria diretamente ligado ao exercício da função de prefeito. As atividades ilícitas, que incluem lavagem de dinheiro e crimes antecedentes contra a administração, teriam se iniciado logo nos primeiros dias do mandato de Manga, em janeiro de 2021.

"O investigado Rodrigo Manga, como se viu ao longo da descrição fática exposta na presente representação, é o líder do grupo criminoso investigado e principal beneficiário das práticas delitivas que ora estão em andamento. Dessa forma, a suspensão da função pública que ele ocupa se mostra de suma importância para interromper os crimes que estão sendo praticados no âmbito da Administração Pública Municipal de Sorocaba/SP."

Mecanismo de lavagem de dinheiro

Segundo a Polícia Federal, a principal forma usada para dar aparência legal ao dinheiro suspeito foi por meio de contratos de publicidade que, na prática, não eram verdadeiros.

Os contratos eram firmados pela ME, atual 2M Comunicação e Assessoria, empresa da esposa do prefeito, Sirlange Rodrigues Frate, com pessoas jurídicas ligadas a outros investigados, como a Sim Park Estacionamento EirelI, que pertence a Marco Silva Mott, e a Igreja Cruzada dos Milagres dos Filhos de Deus, de Josivaldo de Souza, cunhado de Manga, e de Simone Rodrigues Frate Souza, irmã de Sirlange.

A investigação aponta que estes contratos não passavam de "ficção" e "estratagema", usados como estratégia para fazer o dinheiro proveniente da atividade criminosa desenvolvida pelo grupo parecer legítimo e voltar a circular na economia.

"Nesse sentido, resta claro que os contratos de publicidade firmados pela empresa da esposa do Prefeito de Sorocaba/SP, o investigado Rodrigo Maganhato, com as pessoas jurídicas acima relacionadas, não passam de ficção, um estratagema elaborado com a finalidade de reinserir na economia formal os vultosos valores de origem ilícita, provenientes da atividade criminosa desenvolvida pelo grupo, intrinsecamente vinculada ao exercício do nobre cargo eletivo de prefeito municipal (...)."

Segundo a Polícia Federal, estacionamento foi usado para lavar dinheiro em Sorocaba

Os valores supostamente lavados por meio desses contratos alcançam quantias significativas. Somente com a empresa de Marco Mott (Sim Park), foram R$ 448,5 mil; e com a entidade religiosa, R$ 780 mil, pagos em parcelas mensais.

Quais os supostos crimes?

Entre os crimes citados no relatório policial, destaca-se a contratação direta e ilegal da Organização Social Instituto de Atenção à Saúde e Educação (antiga Aceni) para gerir a UPA do Éden.

Além disso, a PF encontrou indícios de que houve tentativa de burlar a concorrência em uma licitação envolvendo a mesma organização social, antiga Aceni, contratada para administrar a Unidade Pré-Hospitalar (UPH) da Zona Oeste.

O envolvimento direto do Prefeito de Sorocaba nesses processos é sugerido por mensagens interceptadas, nas quais o ex-secretário municipal Fausto Bossolo menciona que "O Manga já me esculhambou hoje, pois eu havia falado que ele assinaria hoje," indicando pressão para a finalização e assinatura do contrato emergencial da UPA do Éden.

Outro indício de lavagem de dinheiro envolvendo Manga é a aquisição de um imóvel com parte do pagamento efetuado em dinheiro vivo. A transação contou com a participação de terceiros, como Rafael Pinheiro do Carmo e Cláudia Cenci Guimarães, que teriam ocultado a origem de R$ 182,5 mil pagos em dinheiro.

O papel de Josivaldo de Souza

Josivaldo Batista de Souza, cunhado de Rodrigo Manga, também investigado e citado na representação, desempenhava o papel de possível operador financeiro do esquema, sendo inclusive referido como um "parente aí do Manga" por outro investigado.

Josivaldo era responsável por manter uma "contabilidade paralela" em seu celular, onde registrava supostas entradas de propina de empresas com contratos públicos.

A atuação de Marco Mott

Marco Silva Mott é apontado como integrante da organização criminosa e era proprietário da Sim Park, empresa que teria celebrado um dos contratos dissimulados de publicidade com a empresa da primeira-dama, somando R$ 448,5 mil.
Mott também foi alvo de busca e apreensão, resultando na apreensão de R$ 646,35 mil em espécie.

Além de sua participação na lavagem de dinheiro, o relatório da PF sugere que Marco Mott exercia "enorme influência", atuando como uma espécie de “longa manus”.

Fonte: G1

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