Entre no
nosso grupo!
WhatsApp
  RSS
  Whatsapp

  14:38

Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (18), em Sobradinho (DF), após ordem de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Moraes, Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz, tentaram obter informações sobre a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Além da ordem de prisão de Câmara, Moraes também determinou abertura de inquérito para investigar Kuntz, além de um novo depoimento de Mauro Cid.

Conversas com Cid

O advogado de Câmara divulgou diálogos que teria tido com Cid pelo Instagram. O ministro do STF vê indícios de tentativa de obstrução do inquérito que apura uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado.

Segundo a TV Globo apurou, Kuntz perguntou nas conversas detalhes do que Cid falou em sua delação e dá sugestões de como o delator deveria se referir a Marcelo Câmara nos depoimentos à PF. Kuntz também perguntou diversas vezes a Cid se o acordo de delação foi firmado espontaneamente ou se o ex-ajudante de ordens sofreu pressão ou ameaças dos investigadores.

Como colaborador, Cid não poderia ter conversado sobre sua delação, que tem cláusula de confidencialidade. Além disso, os investigados estavam proibidos de conversar entre si, mesmo que por meio de intermediários.

Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, nesta terça-feira (17), Kuntz disse que conversou com Cid via Instagram porque foi procurado por ele — e não o procurou — e porque estava fazendo uma "investigação defensiva", para defender os interesses de seu cliente, Marcelo Câmara.

Ordem de prisão

Segundo o despacho de Moraes, “a tentativa, por meio de seu advogado, de obter informações então sigilosas do acordo de colaboração premiada de Mauro César Barbosa Cid indicam o perigo gerado pelo estado de liberdade do réu Marcelo Costa Câmara, em tentativa de embaraço às investigações”.

Segundo Moraes, Câmara descumpriu medidas cautelares impostas no inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado. Ainda de acordo com o ministro, o comportamento revela "completo desprezo" pelo STF e pelo Poder Judiciário.

O ministro cita informações prestadas pela própria defesa de Câmara que indicam o descumprimento de duas determinações expressas: a proibição de utilização de redes sociais, seja de forma direta ou indireta, e a vedação de manter qualquer tipo de contato com os demais investigados, inclusive por intermédio de terceiros.
 

Fonte: G1

Mais de Política