
Doze das 27 unidades da federação brasileira têm número maior de beneficiários do Bolsa Família do que de trabalhadores com carteira assinada. Todos os estados com mais beneficiários estão no Nordeste e no Norte do país.
No Maranhão, a situação é mais grave: são 669 mil empregos formais contra 1,2 milhão de famílias atendidas pelo programa de transferência de renda, quase duas famílias para cada trabalhador registrado. Na outra ponta, Santa Catarina apresenta um cenário oposto, com 11 trabalhadores formais para cada beneficiário do Bolsa Família.
Os 12 estados são:
- Amazonas
- Acre
- Pará
- Amapá
- Piauí
- Ceará
- Bahia
- Alagoas
- Pernambuco
- Paraíba
- Maranhão
- Sergipe.
Antes da pandemia de Covid-19, oito Estados apresentavam mais beneficiários do que empregos formais. A crise sanitária e lançamento de auxiliares emergências fizeram esse número subir para 13 em 2022. Agora, com a reestruturação do programa e melhora gradual do mercado de trabalho, o total caiu para 12.
Em janeiro de 2023, havia quase um beneficiário para cada dois trabalhadores com carteira assinada no Brasil, o que representava 49,6% do total de empregos formais. Em agosto de 2024, essa proporção caiu para 42,6%.
Bolsa Família e empregos com carteira assinada
O programa social virou um instrumento central da disputa eleitoral de 2022. O governo Jair Bolsonaro renomeou o Bolsa Família para Auxílio Brasil e, a poucos meses da eleição, aumentou em 49% o número de beneficiários. Também elevou temporariamente o valor do benefício para R$ 600, valor que depois se tornou permanente.
Com o retorno de Lula à presidência em 2023, o programa voltou a se chamar Bolsa Família, e o valor médio passou para R$ 681. Esse crescimento do programa ocorreu junto com a queda do emprego formal, que levou muitos trabalhadores para a informalidade ou à dependência das transferências sociais.
Depois disso, o governo passou a revisar cadastros e apertar os critérios para o benefício do programa criado por ele em medida provisória de 2003. Desde a revisão do governo, o número de empregos formais vem aumentando.
A criação de vagas formais e a exclusão de 1,1 milhão de pessoas do programa Bolsa Família reverteu este desequilíbrio e o número de trabalhadores com carteira assinada foi crescendo. Mas ainda está defasado nos Estados do Norte e Nordeste.
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