
Adão José da Silva Sousa. Esse nome volta à tona 1 ano depois do estupro coletivo na cidade de Castelo do Piauí. No dia 27 de maio de 2015 ele teria comandado um dos casos mais brutais já registrados nas páginas negras da história do Piauí. Adão José é apontado com líder dos quatro menores que teriam praticado os abusos.
Depois de 1 ano desde que aconteceu o crime, Adão José falou pela primeira vez sobre aquele 27 de maio. Em entrevista nesta quinta (26) ao repórter Tiago Melo, da Tv Cidade Verde, o homem de 42 anos negou ter participação, acusou um policial da cidade de patrocinar as atrocidades e opinou sobre violência contra mulher.
PRISÃO – Adão José está preso desde que foi capturado por policial militares no dia 29 de junho do ano passo no Bairro Lourdes, em Campo Maior. Ele segue preso do presídio da cidade de Altos e monitorado por forte esquema de segurança. No local estão os criminosos mais perigosos do estado.
O mentor dos estupros em Castelo é mantido sozinho em uma das selas. A orientação no local é que Adão não pode ter contato com os outros presos. O esquema montado pretende preservar a integridade física do acusado.
A ENTREVISTA – O repórter Tiago Melo esteve frente a frente com o acusado numa sala de visitação do presídio. Apenas uma mesa separou o acusado do jornalista. Adão vestia o uniforme da Secretaria de Justiça do Estado e usava algema nas mãos. (Veja a entrevista completa ao final dessa reportagem)
Foto: Reprodução Tv Cidade Verde
A DEFESA – O acusado se defendeu da acusação da polícia e do Ministério Público. Adão alegou que no dia do crime não estava em Castelo, mas que se encontrava em Campo Maior. Ele disse que saiu da cidade porque cometeu atirou na filha de um vereador e que os menores de idade lhe avisaram que policiais de Campo Maior e Teresina estariam se dirigindo a Castelo para efetuar sua prisão.
“Aí eu fiquei em Castelo até 18h no sábado. Eu vim pela linha do trem até Campo Maior. Segunda-feira de manhã eu estava em Santo Antônio. Cheguei em Campo Maior por volta de 14h para 4h30 e fui direto para uma boate e fiquei terça, quarta, que foi o dia que aconteceu o caso das meninas, e eu estava na casa do Robert, muito louco de maconha e cachaça”, disse.
Adão José revelou que os quatro menores apontados com participantes no crime estavam a serviço do policial militar Elias Júnior. ““Tiraram essa história de mim foi por causa do Elias Júnior, que está sendo culpado e quis jogar para cima de mim. Aquele menor que morreu, recebeu dinheiro para colocar meu nome, recebeu R$ 2 mil para falar que era eu que estava lá”.
Uma sindicância da corregedoria da PM investigou a suposta participação de Elias Júnior no caso dos estupros. O PM foi inocentado depois de nenhuma prova indicar sua participação no caso do dia 27 de maio de 2015. A reportagem tentou conversar com Elias, mas não obteve sucesso.
CADEIRA ELÉTRICA - Perguntado sobre o que acha do crime de estupro, Adão José defendeu que quem o pratica deveria ser submetido a morte em cadeira elétrica.
“Um absurdo, podia ser uma Lei cadeira elétrica, porque não tem cabimento nenhum estuprar uma mulher, estuprar umas crianças e ainda mais do jeito que fizeram. Tenho duas filhas maravilhosas. Se acontecesse isso com minhas filhas, eu ia provar os fatos reais e ia punir os verdadeiros culpados", falou.
Foto: Reprodução Tv Cidade Verde
RELIGIÃO - Em um ano de prisão, o acusado começou ser alfabetizado, aprendeu a escrever o próprio nome. Nesse período, Adão diz ter sido transformado ao conhecer a palavra de Deus.
“Hoje eu me considero uma nova pessoa. Hoje eu não me considero mais um criminoso. Hoje eu não me considero mais um bandido. Hoje eu me considero uma pessoa cidadã, do bem, uma pessoa que vai voltar pra rua e praticar só as coisas do bem. Só trabalhar. E da casa pro trabalho e do trabalho pra igreja”, finalizou.
JULGAMENTO – Adão é condenado pelo crime de roubo. É acusado de porte ilegal de arma e tráfico de drogas. O julgamento do Caso de Castelo do Piauí ainda não tem data marcada para acontecer.
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