“Ão, Ão, Ão chegou o enrolão”. Com essas palavras o governador Wellington Dias (PT) foi recepcionado por um grupo de professores da rede estadual de ensino na manhã deste domingo (13/03) na cidade de Campo Maior, durante as comemorações dos 193 anos da Batalha do Jenipapo. Os grevistas acompanharam a solenidade com faixas, palavras de ordem e vaias. 

“Todos os servidores da educação estão insatisfeitos com a diferença do piso salarial. Já era pra nós recebermos desde janeiro de 2016 e o governo ainda neste momento se nega a pagar o piso, que é direito de todo nós servidores da educação. Ele quer dividir em cinco vezes até 2017 e isso a categoria não aceita”, explicou a presidente regional do Sinte em Campo Maior, Jacinta Bandeira. 

Enquanto o governador não chegava, as vaias dos manifestantes sobraram para os aliados políticos. O presidente da Assembleia Legislativa Temístocles Filho foi recebido com vaias, o que se repetiu com o Senador Ciro Nogueira, com a Deputada Federal Iracema Portela. Já o Deputado Antônio Félix foi cobrado em nivel local por parte dos grevistas. “Antônio, cadê os quatro meses de salário atrasado que teu irmão deixou?”, questionaram os profssores da manifestção, se referindo à gestão do ex-prefeito de Campo Maior, João Félix, imrão de Antonio Félix

Os professores acompanharam de perto a visita das autoridades ao cemitério dos Heróis do Jenipapo. “Professores na rua, governo a culpa é sua”, cantavam. Contra a Secretária de Educação, Rejane Dias, as criticas eram mais acaloradas: “Ô Rejane, preste atenção, ou paga o piso ou deixa a educação”. 

Na coletiva de imprensa, Wellington afirmou que o estado já paga o que a classe reivindica. “O Piauí é um estado que já paga o piso da educação. O piso é R$ 2.135. O estado não só terminou 2015 pagando R$ 2.235, e com a proposta que o estado apresentou, o salário fica de R$ 2.473. O piso que a gente paga para outras faixas salarias é parcelado. Neste ano, o reajuste de 11,36% é aplicado para quem ganha 3, 4, 5 mil”.

Quando foi anunciado para discursar, Wellington foi novamente vaiado. Mas revidou da tribuna: “O Piauíé apenas um dos dois estados brasileiras que aplica a tabela do piso para toda a tabela salarial. É por essa razão que o judiciário determinou o retorno das aulas. E por isso, em respeito e até em agradecimento, a ampla maioria dos professores do estado estão em atividades”, concluiu.