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  19:54

CAMPO MAIOR: 259 anos de grandes histórias, riqueza cultural e culinária lendária do Piauí

Da culinária ao turismo, a maior cidade da região dos carnaúbais se destaca pela sua riqueza cultural em 259 anos de história.

 Com informações: Redação em Foco

Com 259 anos de emancipação política, Campo Maior é a cidade conhecida pela culinária, festas populares e por um episódio importante da história do Brasil: a Batalha do Jenipapo. Situada a 90 quilômetros ao Norte de Teresina, foi um dos primeiros povoamentos reconhecidos pela Coroa Portuguesa na então província do Piauí.

Em 1823, às margens do riacho Jenipapo, portugueses e brasileiros lutaram pela independência da Província que o reino de Portugal tentava manter sob sua égide, após a proclamação de D. Pedro I, no ano anterior.

Entretanto, a influência portuguesa permanece forte na cidade, sobretudo no que diz respeito à religião. A principal festa da cidade são os festejos de Santo Antônio, os maiores do estado, levando milhares de fiéis ao município no mês de junho. A culinária sertaneja tem como traço marcante os pratos derivados de caprinos e ovinos, de capote e, a grande vedete: a carne de sol.

Como chegar?

Carro: Pela BR 343, saindo de Teresina, seguir 85 quilômetros em direção ao Norte.

Ônibus: As empresas Barroso, Guanabara e Transfurtado fazem linha pela cidade, saindo da capital e de cidades da região.

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Monumento e Museu dos Heróis do Jenipapo

A Batalha do Jenipapo é um marco histórico para o Brasil, pois se trata do confronto mais sangrento já registrado pela Independência da nação: pelo menos 200 brasileiros morreram e outros 500 foram presos em confronto com as tropas portuguesas. A luta aconteceu às margens do riacho Jenipapo em 13 de março de 1823, das nove da manhã às duas.

Embora tenham sido derrotados, os brasileiros, notadamente vaqueiros e comerciantes, incendiaram o movimento antilusitano na província que já estava latente em todo o Nordeste, após a declaração de Independência no Sul do país, já que ao Norte da nação os portugueses ainda tentavam manter o seu domínio.

Próximo ao riacho onde ocorreu a batalha – que atualmente é cortado pela BR 343 – foi montado um cemitério para as vítimas, local de peregrinação e religiosidade popular, onde os fiéis pagam promessas e deixam seus ex-votos. Há ainda um monumento em homenagem aos brasileiros caídos e um museu com objetos seculares tanto da batalha quanto do modo de vida do sertanejo antigo. 

Festejos de Santo Antônio

No mês de junho, Campo Maior se torna a cidade com o festejo religioso que mais atrai fiéis. O padroeiro Santo Antônio começa a ser comemorado no dia 1º, com a tradicional procissão onde uma multidão reza e tenta se aproximar de um tronco de árvore no qual será hasteada a flâmula dos festejos, o famoso Pau de Santo Antônio, que é tido como sagrado e casamenteiro por pessoas que acreditam que ele é capaz de conceder o matrimônio por meio de simpatias, Santo Antônio, também chamado por alguns de Antônio de Lisboa ou Antônio de Pádua.

Foi na Terra dos Carnaubais que uma das lendas mais famosas em torno do santo surgiu. De acordo com Dom Francisco, bispo de Campo Maior, há muitos anos um grupo de vaqueiros relatou ter visto a imagem do santo em meio a carnaubais que existiam na região e foi nesse local que uma igreja foi construída.

O costume ocorre há mais de trezentos anos: os homens são encarregados de transportar o mastro nos ombros enquanto as mulheres tentam tocá-lo, seja para pedir um esposo, ou por agradecer o fato de ter conseguido. Durante todos os 14 dias do festejo, são realizados leilões, quermesses e espetáculos com artistas de renome.

Culinária

A culinária de Campo Maior é conhecida pelos seus pratos que têm a carne como ingrediente principal. O município foi importante sítio nos tempos áureos da pecuária piauiense e a carne de sol (músculo bovino curtido ao sol) é uma iguaria apreciada, principalmente, servida assada, em forma de Maria Isabel (com arroz) e como paçoca.  A carne de caprinos e ovinos também é bastante apreciada, assim como o capote, ave africana, muito bem adaptada à região, e galinha caipira. Todos esses paladares sertanejos acabaram estimulando a criação do Festival Sabor Maior, que ocorre em setembro.

Conforme registros históricos, esse título se deve-se aos imensos campos que estão presentes na região. Essas grandes campinas foram o motivo principal da instalação de muitas e grandes fazendas de gado. A terra logo se encheu de gado. Como o fazendeiro não possuia energia elétrica, a carne era conservada com sal e posta ao sol, para secar mais rapidamente e ser armazenada em pequenas e médias quantidades. Daí surgiu a carne de sol de Campo Maior, que se tornou lendária no Piauí inteiro.

A Histria da carne de sol de Campo Maior

Turismo

Só quem conhece, mora ou já passou por Campo Maior (PI), tem conhecimento das belezas naturais que estão presentes, neste município. São inúmeros os cenários naturais que se tornaram ponto de referência para turistas que buscam aventura. Um destes pontos é o famoso 'Circuito das Águas', na Cachoeira da Serra de Santo Antônio que fica aproximadamente 09 km de distância do IFPI do município.

A nomenclatura, 'Circuito das Águas', é devido ao longo do percurso do riacho que possui 05 cachoeiras principais. A primeira é a "Cachoeira dos Pilões", denominada assim, por conta das formações rochosas que se assemelham a pilões. Logo após vem a cachoeira mais conhecida do complexo por suas exuberantes formações rochosas, a “Buraco da Pinga”, que para ter acesso basta subir a trilha até a parte superior da cachoeira.

Seguindo a trilha, encontra-se a "Cachoeira do Manduzinho", local onde turistas tem a melhor visão da serra. Após a "Manduzinho", o trecho começa a ter difícil acesso por conta da mata fechada, mas é neste trecho que se encontra a "Cachoeira do Funil", a maior do complexo e adequada para banho com uma grande piscina natural e três quedas d'água em sequência. Neste trecho, as autoridades alertam para risco de acidentes devido a altura e a quantidade de pedras, para isso é necessário utilizar equipamentos de proteção.

Finalizando o circuito, os turistas poderão visitar a primeira e maior queda d'água, a "Cachoeira dos Macacos". Fora deste complexo, ainda possui varios pequenos riachos e quedas d'aguas em mata fechada, sendo que, o recomendado é ir acompanhado de uma guia. No complexo possui ainda um local de acampamento para quem pretende passar mais dias no local.

Nos finais de semana, o ponto é bastante visitado por turistas de diversas cidades. Na entrada da trilha que dá acesso a cachoeira, possui um espaço aberto para estacionar veículos enquanto os visitantes aproveitam o local. O circuito completo é de aproximadamente 800 metros, tendo alguns trechos que possui uma certa dificuldade de acesso, como por exemplo, fazer pequenas escaladas na serra e trilhar pelas encostas do vale do riacho dos rios.

Para ter acesso, o turista precisa de:

Chegando em Campo Maior, no Complexo Cultural de Lazer Waldir Carvalho Fortes, na Praça de Campo Maior, você deverá continuar o trajeto seguindo no sentido de Parnaíba. Depois do complexo, deve-se entrar na primeira entrada à direita (passando pelo Bairro Estação). Mais adiante, o(a) viajante encontrará a antiga estação ferroviária que é onde funciona o Museu Zé Didor.

Continuando o caminho, o(a) viajante passará pelo Bairro Santa Cruz. Mais adiante, passará pelo Fripisa e, depois, encontrará o IPFI. Quando chegar na instituição, haverá uma estrada de terra. Na estrada, o(a) viajante encontrará a entrada para a Comunidade Fazendinha, onde deverá fazer a curva para a direita e, depois, continuar seguindo a estrada.

Nesse trajeto, o(a) viajante passará pela Churrascaria Carneiro na Brasa e por algumas residências. Em seguida, passará por uma ponte que levará à entrada. Depois da ponte, o(a) viajante entrará na estrada de terra e passará por um pequeno riacho, só depois continuará o trajeto e encontrará uma entrada à direita. Há uma trilha que levará até a parte superior da cachoeira. Depois, é só seguir a trilha para descer a cachoeira. A referência será observar os paredões e seguir o caminho até a cachoeira.

 

Bianca Viana

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