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  03:09

Bolsonaro diz que 'tem idiota' que pede compra de vacina: 'Só se for na casa da tua mãe'

Presidente, que no ano passado disse que não tinha de ir atrás de imunizantes, agora afirma que 'não tem para vender no mundo'; capitais chegaram a suspender vacinação por falta de doses.

 Com Informações: G1

Em conversa com apoiadores em Uberlândia nesta quinta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez críticas a comentários sobre a compra de vacinas contra Covid-19 pelo governo federal, ele afirmou:

"Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] 'vai comprar vacina'. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo".

Aos apoiadores que o acompanhavam, o presidente disse que editou medidas provisórias para destinar R$ 20 bilhões para compra de vacinas e que, neste mês, 22 milhões de doses devem ser entregues à população.

O governo Bolsonaro resistiu a comprar vacinas contra a Covid-19

Em outubro do ano passado, o presidente chegou a vetar a aquisição da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac e hoje usada no programa nacional de imunização.

E o Ministério da Saúde rejeitou uma oferta de venda da Pfizer feita em setembro do ano passado. A pasta decidiu assinar um contrato com o laboratório apenas nesta semana.

Bolsonaro também defendeu o veto que fez ao trecho de uma medida provisória proposta aprovada pelo Congresso que permitia a estados e municípios adotar medidas de imunização em caso de omissão do Ministério da Saúde.

O presidente argumentou que os governadores comprariam as vacinas, mas ele é quem teria de pagar, e disse que "onde tiver vacina para comprar, nós vamos comprar".

Ainda em janeiro, Bolsonaro também voltou a defender o chamado tratamento precoce contra Covid-19, citando medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença. O presidente afirmou que indicar tratamento precoce a pacientes, "mais do que obrigação, [é] um direito do médico".

Compra de vacinas pelo Governo Federal

Em Uberlândia, Bolsonaro afirmou nesta quinta que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou contrato com a Pfizer para compra de imunizantes contra Covid-19.

Nesta quarta-feira (3), o Ministério da Saúde havia decidido assinar contratos para compra de vacinas contra a Covid-19 dos laboratórios Pfizer e Janssen.

Antes, o governo federal vinha resistindo à compra de vacinas desses laboratórios – o Ministério da Saúde criticou os termos do contrato de venda de vacinas pelas farmacêuticas, classificados como muito rígidos pelo ministro Pazuello.

Até que que ocorra a assinatura oficial dos contratos e que as doses sejam entregues, a CoronaVac e a vacina de Oxford, produzida em parceria pelo laboratório AstraZeneca e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são as únicas disponíveis para vacinação no Brasil.

O governo federal também resistiu à compra da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

Em 2020, Jair Bolsonaro disse em rede social que o Brasil não compraria "a vacina da China". O presidente afirmou ainda que ninguém seria obrigado a tomar a vacina – e foi criticado por especialistas.

Já na última quinta-feira (25), o governo também disse ter assinado acordo para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, desenvolvida na Índia pela farmacêutica Bharat Biotech.

Nesta quarta, porém, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o laboratório Bharat Biotech não solicitou qualquer autorização de uso e de pesquisa da Covaxin no Brasil. Sem esse aval, não é possível usar o imunizante no país.

A vacinação contra a Covid-19 começou no Brasil em janeiro, após atrasos na entrega de doses. Em fevereiro, capitais chegaram a suspender ou restringir a imunização por falta de vacinas.

Até esta quarta, o Brasil havia aplicado aplicou a primeira dose de vacinas contra Covid-19 em 7,35 milhões de pessoas, número que representa 3,47% da população do país. A segunda dose foi aplicada em 2,3 milhões de pessoas, número que equivale a 1,09% da população brasileira.

 

Bianca Viana

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