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  01:13

Deputada combinou a morte do marido com o filho: 'Até quando vamos suportar esse traste?'

 Fonte: G1

A Polícia Civil e o Ministério Público estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ) descobriram mensagens de texto em telefones celulares que reforçam a suspeita de que a deputada Flordelis (PSD-RJ) planejou matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, executado com mais de 30 tiros em 16 de junho de 2019, na porta de casa, em Niterói.

"André, pelo amor de Deus, vamos pôr um fim nisso. Me ajuda. Cara, estou te pedindo, te implorando. Até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio? Falta pouco. Me ajuda, cara. Por amor a mim", escreveu Flordelis em uma mensagem enviada em outubro de 2018 ao filho André Luiz de Oliveira.

Nesta segunda-feira (24), oito pessoas foram presas envolvimento no crime. Entre elas, estão cinco filhos e uma neta de Flordelis, acusada de ser mandante do assassinato. Ela, que nega participação, não pôde ser presa por causa da imunidade parlamentar.

Nesta segunda, foram presos cinco filhos do casal (Adriano, André, Carlos, Marzy e Simone) e uma neta (Rayane).

A Justiça ainda emitiu mandados de prisão contra dois homens que já estavam na cadeia: o filho apontado como autor dos disparos (Flavio) e um ex-PM (Marcos).

Um sétimo filho (Lucas), que já tinha sido preso por conseguir a arma, foi denunciado.

O plano para matar Anderson, segundo as investigações, começou em maio de 2018, com um envenenamento por arsênico ou cianeto, e terminou com a execução.

Resumo

  • O inquérito concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família – o pastor controlava todo o dinheiro do Ministério Flordelis, hoje rebatizado Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.
  • Flordelis é uma das 11 pessoas denunciadas pelo MPRJ.
  • Após o crime, Flordelis relatou em depoimento e à imprensa que o pastor teria sido morto em um assalto.
  • A deputada vai responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e tentativa de homicídio (pelo envenenamento).

Segundo a polícia, foram diversas tentativas de matar o pastor Anderson – uma delas estaria comprovada em uma mensagem de fevereiro de 2019, quatro meses antes da morte dele. O aparelho nunca foi encontrado.

Em uma das mensagens, a deputada escreveu ao filho Carlos Ubiraci Silva:

"Dez mil depois do serviço feito, mas as outras pessoas do carro não podem ser atingidas. Simula um assalto, ele foi para o Rio hoje e aproveita e já espera ele na volta. Se voltar no [carro] dele, melhor ainda. Vou mandar ele enviar a foto, nós vamos saber qual o carro e qual a placa".

Em outra troca de mensagens, de dezembro de 2018, Flordelis conversou com o filho André Luiz de Oliveira, que escreveu: "Mãe, eu estou com a senhora. Não dá pra eu fazer muita coisa, mas estou com a senhora".

E Flordelis respondeu: “Vamos sofrer pra caramba mas vai passar... Só essa ajuda que preciso que você faça ele comer ou beber alguma coisa, um arroz fresquinho com um franguinho que não faz mal. Só isso".

 

Da Redação

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