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  22:15

Jornalista Tony Trindade é transferido para penitenciária Irmão Guido

Segundo o delegado, provas foram destruídas e celulares foram descartados e os depoimentos de investigados eram muito semelhantes.

 Com Informações: G1 Piauí

O jornalista Tony Trindade, preso durante a Operação Acesso Negado, foi transferido para a Penitenciária Irmão Guido nessa terça-feira (18). O comunicador é suspeito de monitorar as investigações que culminaram na Operação Delivery e de divulgar informações sigilosas aos investigados, colaborando para a destruição de provas e manipulação de depoimentos.

A transferência do jornalista para o sistema prisional foram confirmadas ao G1 pela Polícia Federal e Secretaria Estadual de Justiça (Sejus).

A assessoria de imprensa do jornalista informou que ele “apenas fez o seu dever de jornalista e formador de opinião". E que o jornalista teria sido preso pela "relação com suas fontes".

Segundo o delegado Alan Reis, o jornalista teria compartilhado informações sigilosas, o que contribuiu para que os investigados se antecipassem às ações da Polícia Federal, prejudicando o trabalho policial. Segundo o delegado, provas foram destruídas e celulares foram descartados e os depoimentos de investigados eram muito semelhantes.

"A gente percebeu, durante a colheita dos depoimentos, que eles foram convergentes. Tinham a mesma versão apresentada de forma pontual. Outra situação peculiar foi que os investigados sabiam a data da operação”, disse o delegado.

O acesso às informações sigilosas teria ocorrido por meio eletrônico, e o jornalista precisaria de uma senha de acesso que seria de um agente público. Os policiais investigam ainda quem seria o agente público que teria ajudado o jornalista a ter acesso às informações.

 

Polcia Federal faz operao contra tentativas de atrapalhar investigao de desvio de recursos do Fundeb  Foto: Polcia Federal

Ainda segundo o delegado Alan Reis, no material arrecadado durante a investigação, os policiais identificaram conversas do jornalista em que ele falaria no que a PF classificou como “atos intimidatórios”, no intuito de minimizar a repercussão das investigações.

Durante a Operação Acesso Negado, os policiais fizeram buscas em cinco endereços em Teresina e Monsenhor Gil. Os investigados podem responder pelo crime de embaraço a investigação policial de crime praticado por organização criminosa. A pena pode chegar a 8 anos de prisão.

 

Operação Delivery

 

PF faz buscas na Prefeitura da cidade de Unio, no Piau.  Foto: Divulgao/PF-PI

 

A Operação Delivery foi deflagrada em maio de 2020, com o objetivo de apurar a suspeita de desvio de recursos públicos da educação destinados ao município. Cinco pessoas foram presas, entre empresários, agentes públicos municipais, um vereador da cidade e incluindo o secretário de educação da cidade de União, Marcone Martins, que foi exonerado pela Prefeitura de União.

De acordo com o inquérito policial, a Secretaria de Educação de União teria adquirido livros escolares em quantidade maior que o número de alunos do município, utilizando verbas do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para a contratação de empresas fictícias de Fortaleza, que seriam responsáveis pelo fornecimento fraudulento do material didático.

Ainda segundo a nota, análises da CGU apontaram que os contratos superfaturados utilizados para a obtenção do dinheiro apreendido geraram ao Fundeb prejuízo mínimo de R$ 500 mil.

Bianca Viana

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