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  19:53

Famílias desabrigadas relatam desespero ao saírem de casa após invasão de água em Campo Maior

Angústia e medo, segundo as famílias desabrigadas após a visão da água devido as intensas chuvas na região norte do Piauí, esses são os principais sentimentos que deixam as noites das famílias campo-maiorenses que se encontram sem um teto para morar em claro.

Segundo a defesa civil, mais de 700 famílias se encontram desabrigadas e um número ainda maior de pessoas em áreas de risco. Direcionadas a prédios públicos e escolas do município, mais de 30 famílias convivem com a incerteza de voltar ao lar. Por isso, a redação do Em Foco foi conhecer a realidade das famílias carentes que estão agora sem um teto para chamar de seu.

PETI – Prédio do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.

Aqui, cerca de sete famílias ocupam as salas do prédio. Apesar de desconfortável, as famílias relatam que não possuem outros lugares para morar enquanto a água estiver dentro das suas casas. Como é o caso da Dona Maria Lúcia da Conceição, 49, que é deficiente visual e foi obrigada a deixar sua casa no bairro Califórnia: “A situação é difícil. Foi um susto muito grande quando a água começou a entrar. Tive que ser carregada”, relatou.

Raio de Esperança

Outro prédio público que está sendo utilizado como abrigo são as antigas instalações da escola Raio de Esperança, em Flores. Dez famílias dividem o espaço que, apesar de apertado, se tornou a única opção para a moradia improvisada.

Como é o exemplo da Tamires Maria, de 20 anos de idade. Acompanhada de seu marido e mais 4 filhos, a jovem foi obrigada a comemorar o aniversário de dois anos de idade da pequena Iara Anaiê, que celebrou a vida em um ambiente incômodo e longe de casa.

Escola José Neves

Localizada na rua José Ovídio Bona, no bairro Cariri, a escola José neves e de longe a mais lotada. Abrigando mais de dez famílias e quase 50 pessoas dos bairros Cariri e Califórnia, a escola, que possui pouco mais de dez salas, está repleta de voluntários e parentes das vítimas, que buscam minimizar o dano das enchentes nos seus entes queridos.

O jovem Cláudio, que possui deficiência mental também foi obrigado a comemorar seu aniversário de 28 anos na escola. Seus pais, Dona Maria do Socorro, 52, e Seu Francisco, 66, relataram como foram obrigados a sair de casa: “No início a gente pensava que a agua não iria chegar lá, mas as chuvas foram aumentando e a agua começou a entrar. Tivemos que sair às pressas”, relatou.

É importante ressaltar que a prefeitura de Campo Maior e as secretarias de Assistência Social e Saúde vem dando total apoio as pessoas que se abrigaram nas escolas aqui citadas, fazendo a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, visando tornar a estadia destas famílias um pouco menos desconfortável.

Ainda sob risco, as famílias necessitam de produtos de higiene pessoal, roupas, calçados, colchões e alimentos. Quem quiser auxiliar as famílias poderá fazer sua doação na sede da secretaria de assistência Social do Município, que fica localizado ao lado da igreja de Santo Antônio.

Por Rafael Melo