Um grupo de venezuelanos formado por seis mulheres, com cinco crianças, foi visto nesta quarta-feira (07/08) na cidade de Campo Maior. O grupo estava ‘acampado’ durante toda a manhã na Praça Luís Miranda – Praça da Prefeitura. As mulheres carregavam placas de isopor com pedidos de ajuda, escrito em português. Elas disseram que 'vai chegar mais gente em Campo Maior". 

Ainda não se sabe se o grupo está na cidade para pedir abrigo ou apenas para pedir esmola, uma vez que Campo Maior fica muito próximo de Teresina, onde tem cerca de 100 venezuelanos abrigados e o Serviço Social da capital tem endurecido regras para proibir que os imigrantes saiam pelas ruas para pedir ajuda, principalmente usando crianças.

O Em Foco procurou o Serviço Social da prefeitura de Campo Maior e, de acordo com Marcos Roberto, gerente de Projetos da SEMAS, quando a equipe ficou sabendo da presença do grupo em Campo Maior, foi feita uma busca, mas ninguém foi encontrado.

“Estivemos no comércio da cidade, onde soubemos do grupo comprando comida, fomos nas praças, mas ninguém foi encontrado. Estamos tentando localizar para saber se estão só de passagem por Campo Maior ou se vieram para pedir abrigo” disse Marcos.

A SEMAS informou ainda que também está fazendo contato com o Serviço Social de Teresina para tentar saber se o grupo visto em Campo Maior é parte do imigrantes já alojados na capital.

IMIGRANTES FORAM PROIBIDOS DE PEDIR ESMOLA USANDO CRIANÇAS

Em Teresina, os venezuelanos estão vivendo em abrigos mantidos pela prefeitura, mas saem às ruas com crianças para pedir esmola e conseguir dinheiro para comprar o que eles não recebem no abrigo. Os sinais de trânsito são os locais preferidos. Por conta disso, a prefeitura ameaçou usar a força, se necessário, para proibir que os pais usem as crianças para pedir esmola.

Mãe venezuelana com bebê de colo em sinal de trânsito de Teresina. Foto: Domingos José/Campo Maior Em Foco

O Piauí passou a ser umas das regiões do Brasil que tem recebido os imigrantes venezuelanos que fogem da crise social e econômica que atinge a Venezuela desde que líder socialista Hugo Chávez se elegeu presidente do país em 1999. Em julho deste ano, o número oficial de venezuelanos em Teresina-PI era de cerca de 100.