A crise no sistema penitenciário do Piauí coloca o presídio de Campo Maior no centro das atenções. Com unidades superlotadas, rebeliões e fugas constantes, o Estado possui no município uma Casa de Detenção com as obras concluídas e pronta para inauguração. Porém, o governo alega falta de recursos e promete iniciar as atividades do local somente no próximo ano. 

Ao Em Foco, o governador Willington Dias afirmou que pediu ao presidente Michel Temer, em reunião no Palácio do Planalto, no último dia 9 de outubro, recursos para concluir Casa de Detenção de Campo Maior. No mesmo encontro, Dias requereu ajuda da Força Nacional para a segurança do Piauí. 

“Tratei com o presidente da república, mostrando a necessidade de a gente agilizar a liberação dos recursos que faltam para a conclusão (da obra). O Estado está providenciando o concurso e agora começa a fase da qualificação pra que a gente possa entrar em funcionamento”, disse. “Creio que no começo do ano colocaremos em funcionamento”, promete. 

Foto: Divulgação PR

No mês de setembro, 43 presos foram trazidos para penitenciária durante a madrugada mesmo sem o local estar em funcionamento. A Secretaria de Justiça esclareceu que devido a greve dos agentes penitenciários, os detentos foram rejeitos em outras unidades e a saída foi a transferência para Campo Maior. À época, a SEJUS prometia a inauguração para o mês de outubro. 

A transferência dos presos durante a madrugada para Campo Maior gerou críticas que fizeram a Secretaria de Justiça retirar os detentos do local no dia seguinte. O nome Nelson Mandela dado ao local também causou polêmoca. A SEJUS removeu o nome e pediu desculpas aos movimentos afrodescendentes.