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  09:11

Presos sofreram maus-tratos na penitenciária de Campo Maior

Denúncia foi feita ao Ministério Publico Federal

 

Os 43 presos que ficaram detidos de forma emergencial na Penitenciária de Campo Maior no último dia 14 de setembro sofreram maus tratos. Os suspeitos ficaram sem comida e água, dormiram em local úmido, tiveram suas roupas cortadas à faca e foram agredidos com tapas. A denúncia é do Comitê de Prevenção à Tortura no Piauí. 

Vídeos das câmeras de monitoramento da penitenciária mostra o momento que os detentos são obrigados a ficarem nus. Alguns deles tiveram as roupas cortadas à faca. As imagens divulgadas pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí flagram um dos policiais que realiza a custódia agredir um preso com um tapa no rosto. 

“Tivemos acesso aos vídeos que mostram os maus tratos com os presos. Ficaram em Campo Maior sem comer, sem beber, foram obrigados a ficarem nus, dormiram no cimento molhado. Conversamos com eles e eles relatam o que são comprovados nos vídeos”, diz Lurdinha Nunes, presidente do Comitê de Prevenção à Tortura, ao Em Foco. 

Lurdinha diz que os preso saída de Teresina, foram levados para Floriano, depois para Picos, Campo Maior e Altos devido a rejeição dos agentes penitenciários de greve em receber os presos. Nesse trajeto, os presos não se alimentaram e a família não sabia o paradeiro dos parentes. “Não foram aceitos em Floriano, nem em Picos e foram para Campo Maior. O carro ia correndo muito e a família não sabia onde eles estavam”, denuncia. 

Preso agredido por policial (Foto:Sinpoljuspi)

Presos tendo roupas rasgadas (Foto: Sinpoljuspi)

Presos sendo colocados em cela úmida (Sinpoljuspi)

Ela explica que o horário da transferência dos presos de Campo Maior para Altos aconteceu em horário proibido. “A Penitenciária de Altos tem horários que precisam ser cumpridos para evitar fugas. Eles foram levados na madrugada, um horário perigoso e que não é permitido”. 

O comitê apresentou notícia crime no Ministério Público Federal para que os maus tratos sejam apurados. “Entramos com uma notícia crime para se apurar essa situação. O Estado não pode maltratar aqueles no qual ele faz custódia. A lei tem que ser seguida. E nessa situação a lei foi violada completamente. Os direitos humanos tem que ser respeitado”, afirma Lurdinha. 

A Penitenciária 
A Penitenciária de Campo Maior foi colocada em funcionamento na madruga do dia 14 de setembro em estado de emergência. Em greve, os agentes penitenciários do Piauí deixaram de receber novos presos. A nova Casa de Detenção foi usada para guardar os presos que superlotavam a Central de Flagrantes em Teresina. 
 

Por Otávio Neto

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