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  06:39

Mais de 200 deputados omitem votos às vésperas de sessão

Por causa do grande número de votos escondidos, o presidente Michel Temer trabalhará até os últimos minutos para tentar convencer parlamentares

 Foto: Reprodução

A dois dias da data marcada para a votação da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB), mais de 200 parlamentares ainda insistem em esconder do eleitor sua decisão sobre o futuro do governo.

 

Placares atualizados diariamente pelos jornais “Folha de S.Paulo”, “O Estado de S. Paulo” e “O Globo” apontam que mais de um terço da Câmara dos Deputados ainda se diz indecisa ou se recusa a revelar se votará contra ou a favor do processamento da denúncia por corrupção passiva.

 

No placar da “Folha de S.Paulo”, os que se colocavam favoráveis ao recebimento da denúncia, até o fechamento desta página, eram 188. Por outro lado, 95 parlamentares já haviam se posicionado contra a acusação. Os demais somam 230 votos, incluindo 113 que não sabem, 61 que avisaram que não irão se pronunciar, quatro que declaram que não votarão e 52 parlamentares que não responderam à enquete.

 

No jornal “O Estado de S. Paulo”, o número de deputados favoráveis à denúncia é o mesmo: 188. Os contrários já somam 110. Os outros 215 parlamentares se dividem em 159 que não responderam, 54 indecisos, um que já anunciou a abstenção e um que disse que não irá votar.

 

Na enquete do jornal “O Globo”, são 196 os que se dizem a favor da denúncia contra Michel Temer. Os que pretendem impedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste sobre o caso já chegam a 112. Os outros 205 incluem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que deve se abster de votar, os 77 indecisos e os 127 que, procurados, não responderam à enquete.

 

Negociações

Por causa do grande número de votos escondidos, o presidente Michel Temer trabalhará até os últimos minutos para tentar convencer parlamentares. No entorno do Palácio do Planalto, a avaliação geral é de que Temer não precisa apenas dos 172 votos suficientes para escapar da denúncia, mas de um número de apoios que dê sinais de que o governo pode suportar a uma segunda denúncia e tenha a mínima capacidade para aprovar projetos de seu interesse até o fim de 2018.

 

Na noite de sábado, por exemplo, Michel Temer recebeu o senador Aécio Neves (PSDB), igualmente denunciado pela PGR por envolvimento em supostos ilícitos revelados pelos delatores da JBS. Com o gesto, Temer pretende manter o PSDB como aliado. A sigla é a segunda maior da base governista depois do PMDB. Os tucanos vivem um momento de forte divisão interna sobre o apoio ao Palácio do Planalto. Nomes como o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), defendem um desembarque imediato.

 

Já parlamentares mais próximos a Aécio e ministros tucanos querem que a sigla se mantenha fiel ao governo. Um dos presentes disse à Folha que Aécio está “a todo vapor” na atividade política, e que deve retomar o papel de articulador na volta do recesso parlamentar, nesta terça-feira (1). O mineiro sempre desempenhou papel importante nas conversas entre o PSDB e o PMDB de Temer. Nesse domingo (30), o presidente continuou as articulações. À noite, após o fechamento desta página, ele receberia ministros e aliados para fazer um balanço dos placares. Os titulares de 12 pontos no governo devem retornar à Câmara para engrossar os votos a favor de Temer.

 

Fonte: O Tempo

Por Otávio Neto

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