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  04:09

Preso foi amarrado com corda em Campo Maior, por falta de algemas na delegacia

Além do episódio do suspeito preso, amarrado com uma corda por falta de uma algema, a situação das celas do distrito policial são precárias de divide opinião.

 Fotos: Campo Maior Em Foco

A notícia divulgada ontem pelo Em Foco e repercutida nos principais meios de comunicação do estado do Piauí e até nacional, veiculada na Rádio Jovem Pan de São Paulo nesta terça-feira, em que um suspeito foi preso com uma corda dentro do Complexo de Segurança em Campo Maior (82 km ao norte de Teresina) em vez de algumas, tem uma explicação: faltou um par de algemas de pulso com trave, que custa em torno de R$ 100,00.

 

Nesta terça-feira a reportagem entrou em contrato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança do estado. A assessora disse que a informação é que os agentes estariam em diligências e teriam levado as outras algemas. A informação de Campo Maior é que na delegacia tinha apenas uma alguma e estava sendo usada em outro preso. Por isso o suspeito teve que ser amarrado com uma corda e jogado ao chão.

 

A assessoria pediu que ligasse para o delegado Willian Morais, que é Gerente de Policiamento do Interior, mas as chamadas não foram atendidas.

 

 

O PRESO

O homem que foi marrado protagonizou uma série de comédias. Era noite do domingo (20/11) quando Antônio Francisco chegou à recepção do Complexo de Segurança, ao lado das celas de presos provisórios, que ficam na antiga delegacia, ao lado. Segundo o plantonista da noite, o homem pediu para visitar os presos e deixar pipoca. Com a recusa do Agente, o homem simulou ir embora, mas em seguida voltou dizendo que queria ser preso. O policial desconfiou.

 

Ao fazer uma abordagem no suspeito, foi encontrada uma faca de mesa, tipo serra, presa no solado do chinelo do suspeito, que segundo a polícia, serviria para uma possível fuga dos presos.

 

 

SITUAÇÃO PRECÁRIA SOBRE A DELEGACIA

Coincidentemente, no dia seguinte ao episodio do homem amarado com corda por falta de uma alguma, uma comissão do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi) este em Campo Maior para visitar o Distrito Policial. A situação encontrada foi de total precariedade e por isso o Sinpolp vai formalizar um pedido ao Ministério Público para que o local seja interditado.

 

 

“A situação é de calamidade pública. A carceragem da delegacia não tem a mínima condição de funcionamento. Ela funciona num prédio antigo onde uma parte está isolada e para ter acesso a fuga é muito fácil. Vamos entrar com uma representação junto ao Ministério Público e, inclusive, pedir a interdição do local”, disseram representantes do Sindicato durante a visita, que foi acompanhada pela nossa reportagem.

 

 

O sindicato se manifestou depois das fugas registradas no início do mês, onde quatro detentos fugiram após cavar um buraco na parede. Durante a visita nesta manhã, a comissão conheceu a estrutura do antigo prédio da delegacia por onde as fugas recentes aconteceram. Já na carceragem, o sindicato encontrou sujeira, vasos sanitários com defeitos, facilidade de fuga e um menor de idade dividindo cela com os outros detentos.

 

“O teto da cela é de madeira, é muito fácil fugir por ali. São problemas de todas as espécies. Não há condições dos presos ficarem aqui e nem dos nossos policiais trabalharem com segurança. É uma das piores situações do Piauí. Parnaíba e Picos conseguimos solucionar o problema com nossas denúncias, vamos lutar com o Ministério Público para resolver isso aqui”, comenta Constantino Júnior.

 

 

As fotos divulgadas pelo Em Foco gerou muita polêmica nas redes sociais. Há quem queira uma situação bem pior para os presos e há os defensores de que mesmo sendo criminosos, eles merecem um local mais adequado.

 

O QUE DIZ O MINISTERIO PÚBLICO

A reportagem fez contato com o Ministério Público de Campo Maior para saber o seu posicionamento a respeito dos fatos. O responsável pelo o Núcleo das Promotorias de Justiça Criminais é o juiz Luciano Lopes Nogueira Ramos. A secretaria do MP ficou de repassar a nossa solicitação ao Promotor, que daria resposta. 

Da Redação. campomaioremfoco@hotmail.com

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