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  04:56

Rejeição ao governo Temer alcança 78%; popularidade de Lula aumenta

 

A crise de confiança nas instituições e nos partidos políticos, precipitada nos últimos anos por protestos e pela Operação Lava Jato, fez com que juízes como Sergio Moro, Joaquim Barbosa e Cármem Lúcia e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tenham índice de aprovação mais elevado do que políticos tradicionais e novos no cenário nacional.


É o que mostra a nova edição do Barômetro Político, pesquisa da consultoria Ipsos antecipada à BBC Brasil. O levantamento, feito na primeira quinzena de março nas cinco regiões do país, perguntou a 1.200 pessoas sua opinião sobre 26 personalidades do mundo político e jurídico.


Moro e Barbosa aparecem na lista desde 2015, e têm, há alguns meses, os maiores índices de aprovação na opinião pública. Na pesquisa mais recente, ficam em 63% e 51%, muito à frente de Lula, o terceiro com maior aprovação.Janot têm índice de aprovação de 18%, mais alto do que o do presidente Michel Temer (17%), o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (16%), e o do líder do PSDB, Aécio Neves (11%).


A ministra Cármem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal e inserida na pesquisa apenas em fevereiro, já aparece com 26% de aprovação, à frente de Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff e Marina Silva (todos 23%).

 

 

Temer e Lula
Na nova edição do Barômetro Político, 62% dos entrevistados classificaram como ruim ou péssimo o governo do presidente Michel Temer, e apenas 6% disseram ser um governo ótimo ou bom. E em outra pergunta da pesquisa, 78% disseram não aprovar a maneira como Temer atua no país. Para Cersosimo, mesmo considerando o cenário de crise, o índice é "espantoso".


"Uma das explicações para isso é o fato de que ele não deu as respostas que o povo esperava após o impeachment para o desemprego e a inflação. E o cidadão, em geral, não entende que isso é um processo que leva tempo. De acordo com outras pesquisas, era isso que os brasileiros queriam ver resolvido em primeiro lugar", afirma.


"Em segundo lugar, há o fato de que o governo Temer é visto como 'mais do mesmo'. Ele é visto como esse político tradicional que o brasileiro tende a rechaçar daqui para a frente. E também há a questão das reformas. As pessoas não se sentem seguras sobre os temas que estão sendo discutidos, especialmente na reforma da Previdência. Há uma sensação de que o brasileiro está perdendo direitos."


A aprovação ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, por outro lado, vem crescendo nos últimos meses, de acordo com o levantamento. Em dezembro de 2016, Lula tinha a rejeição de 72% dos entrevistados, e a aprovação de 24% deles. Neste mês de março, a rejeição ao líder do PT caiu para 59% e sua aprovação subiu para 38%.


"É preciso lembrar que Lula já está em campanha informal e é uma figura política forte. A pergunta mais interessante para nós, enquanto pesquisadores, é: qual é o limite de Lula? Até quando ele consegue converter desaprovação em aprovação? Se ele conseguir mostrar que isso é possível, será forte candidato em 2018", avalia o diretor da Ipsos.

 

Fonte: BBC

Por Otávio Neto

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