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  19:34

Após afirmar que tem aneurisma, Eduardo Cunha se recusa a fazer exame

Cunha afirmou em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que "sofre do mesmo mal que acometeu a ex-primeira-dama Marisa Letícia"

 

O diretor do Depen (Departamento Penitenciário) do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo de Moura, afirmou que o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR), onde o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está preso, oferece todas as condições de custódia para ele, mesmo que ele sofra de um aneurisma cerebral --dilatação de um vaso sanguíneo que pode causar AVC (Acidente Vascular Cerebral).

 

Cunha afirmou na terça-feira (7), em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que "sofre do mesmo mal que acometeu a ex-primeira-dama Marisa Letícia [morta na semana passada]", afirmando que o presídio onde está preso não possui estrutura para realizar atendimentos médicos. "São várias as noites em que presos gritam sem sucesso por atendimento médico e não são ouvidos pelos poucos agentes que lá ficam à noite", disse Cunha ao ler uma carta escrita à mão a Moro.

 

"Se ele tem um aneurisma, a pressão arterial precisa ser controlada. Ele recebe todas as medicações [relacionadas a seus problemas cardiovasculares], nos horários certos, até porque lá é uma unidade médica. A afirmativa de que o CMP não oferece condições de custódia para ele, eu contesto veementemente", afirmou Cartaxo. "Seus problemas de saúde não o impedem de ter uma vida normal".

 

O diretor ainda ironizou as declarações de Cunha sobre o suposto problema de saúde. "Mais do que oportunismo, uma esperteza maravilhosa", avaliou.

 

Ainda segundo ele, por ter se recusado a fazer a ressonância magnética que comprovaria se ele sofre ou não de um aneurisma, Cunha responderá por uma infração disciplinar leve dentro do contexto da Lei de Execuções Penais, ou seja uma nota em sua ficha criminal. "Já foi instaurado um conselho disciplinar para a aplicação de uma pena leve, que condiz com a desobediência à autoridade penitenciária", afirmou. Segundo Cartaxo, Cunha se negou a fazer os exames afirmando que só seria submetido à ressonância na presença do médico particular dele.


"Ele pode exigir um médico para determinado problema, mas como chefe da custódia posso exigir que esse exame seja realizado", ressaltou o diretor do Depen. "Para confirmar o aneurisma, há necessidade de uma ressonância com contraste, um procedimento invasivo. Solicitamos aos advogados e à família os exames comprobatórios, mas nada foi entregue até o momento".

 

Cartaxo havia dito que a enfermidade foi revelada no dia 21 de dezembro ao corpo médico do CMP, que solicitou a família e aos advogados que fossem encaminhados os exames e os documentos comprobatórios de tal situação, o que não aconteceu.

 

Mais cedo, a equipe de advogados do ex-deputado informou ao UOL que também pediu à família os exames que diagnosticaram o aneurisma mencionado por Cunha e aguarda os documentos, que serão anexados ao processo. A defesa, porém, diz que não recebeu nenhum pedido do Depen-PR para entregar laudos, nem notificação sobre a saída para realização de procedimentos ou mesmo da negativa de Cunha.

 

Cartaxo informou que, com essa, já foram realizadas duas tentativas de comprovar a existência do aneurisma, sem sucesso.

 

A infração leve não modifica, em um primeiro momento, a situação de Cunha. Porém, se outras ocorrências semelhantes forem registradas, o ex-deputado pode ter dificuldades em obter a progressão de regime.

 

Fonte: Uol 

Por Otávio Neto

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