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  13:49

Sem terras invadem terreno no antigo lixão de Campo Maior

Sob sol forte e a incerteza que gira em torno da invasão, muitos acamparam no local.

 

Cerca de 40 famílias resolveram se organizar e invadir um terreno no antigo lixão de Campo Maior. Munidos de enxadas no ombro, picaretas e estacas, os moradores tomaram a terra no último sábado (19) e prometem de lá não sair mais. A alegação maior dos invasores é a necessidade de moradia própria. 


O Em Foco esteve no local na manha desta terça (22) e encontrou muitos moradores ainda marcando o ‘pedaço de terra’ conquistado. Sob sol forte e a incerteza que gira em torno da invasão, muitos acamparam no local para garantir o espaço onde nos próximos dias serão levantadas as paredes das primeiras casas. 

“Nós somos necessitados. Todos que aqui estão não têm onde morar. São pais de família em busca de um lar para seus filhos”, disse um dos invasores que preferiu não se identificar para a reportagem. “Nos reunimos, procuramos aqueles que não tem casa e cercamos no sábado.  A notícia se espalhou e outras pessoas foram aparecendo”, acrescentou. 


“Esse terreno aqui não está servindo para nada. Está abandonado, enquanto muitos precisam de um pedaço de terra para construir”, afirmou uma mulher que também não revelou o nome. Ela disse que é casada há três anos, mas a seis mora de aluguel. Mãe de uma criança de três anos de idade, a mulher diz não ter mais condições de pagar o aluguel. 

 

 


Situação parecida vive a moradora Catarina. A mulher mora com a mãe e uma filha de cinco anos de idade. As faxinas que realiza diariamente é a única renda da família, já que o pai da criança não ajuda com as despesas. “Fica difícil. Eu moro com minha mãe, tenho de alimentar minha filha com as faxinas que faço, agora vou lutar por minha casa”. 

 


O servente de pedreiro que há nove anos mora de aluguel é um dos invasores. Na presença da reportagem o homem chegou carregando estacas para finalizar a marcação do terreno. “Vamos lutar pela terra. Estou marcado aqui e devagarinho vou levantando a casa para morar com minha família”. 


Com a esperança de conseguir levantar sua casa presente no olhar, uma mulher chegou a afirmar que mora de favor, o que faz a família ter um futuro incerto. “Eu moro de favor. É muito pior que morar de aluguel. Vivo do Bolsa Família, meu marido está desempregado e tenho três filhos”, descreveu. 


Perguntados sobre os proprietários do terreno, os invasores afirmam não saber se eles tem conhecimento da invasão. “Uns dizem que o terreno é do Joãozinho Félix, outros afirmam que é de um irmão dele. Assim ninguem sabe. Mas eles não apareceram ainda por aqui”.

 

 

 

 

 

Por Otávio Neto

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